Dois meses antes da eleição presidencial, os esforços do presidente francês Emmanuel Macron convergem para resolver a crise internacional envolvendo a Ucrânia, uma mediação que pode influenciar sua tão esperada candidatura à reeleição. Chefe de Estado da França, país que ocupa a presidência temporária do Conselho da União Europeia (UE), candidato não declarado às eleições presidenciais de abril e mediador internacional, Macron multiplicou suas funções nas últimas semanas.
“Ele é alguém que gosta de correr riscos, sem sempre tomar as precauções necessárias”, diz Michel Duclos, ex-embaixador francês e conselheiro especial do instituto de pesquisa Institute Montaigne. A mediação na Ucrânia não é a primeira. O presidente liberal, de 44 anos, já esteve no centro da crise em 2017 na Líbia, em 2019 pelo programa nuclear do Irã ou em 2020, no Líbano, embora seu forte envolvimento tenha sido em vão.
Com a influente Angela Merkel longe dos holofotes desde que deixou o poder na Alemanha em dezembro, Macron também é visto como a voz de uma Europa que foi deixada de lado nos primeiros contatos EUA–Rússia sobre a Ucrânia. “A Rússia não quer falar com a UE. A nova coalizão na Alemanha ainda não está resolvida. Então Macron é a voz da Europa no diálogo com [Vladimir] Putin“, resume Tatiana Kastouéva-Jean, do Instituto Francês de Relações Internacionais (Ifri).
Fonte: Jovem Pan