O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) detalhou durante coletiva de imprensa nesta terça-feira, 22, a investigação que culminou na prisão do prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) nas primeiras horas desta manhã. A prisão aconteceu em operação conjunta entre a Polícia Civil e o MPRJ. Além de Crivella, o empresário Rafael Alves e o delegado Fernando Moraes também foram presos. O ex-senador Eduardo Lopes, alvo da operação, não foi localizado em casa. A investigação aponta que o grupo aliciava empresários para participar do esquema de corrupção voltados para arrecadação de vantagens indevidas mediante promessas de contrapartida feitas pelo prefeito. De acordo com o MP, o esquema arrecadou cerca de R$ 50 milhões de reais em propina. A ação desta terça é um desdobramento da operação Hades. Além das prisões, foram emitidos mandados de busca e apreensão e uma determinação judicial de sequestro de bens e valores. No total, 26 pessoas foram denunciadas. Para o Ministério Público, o prefeito Marcelo Crivella era o chefe da organização criminosa.
Segundo a investigação, o esquema básico se baseava na facilitação de “restos a pagar” a empresas, seguida da exigência de um percentual desse valor. “Empresas que não tinham nenhuma prioridade na lista de restos a pagar, acabaram sendo privilegiadas em detrimento de empresas prioritárias. Após a facilitação, os pagamentos eram feitos a partir de notas fiscais de empresas de fachada”, explica Ribeiro Martins. De acordo, com o MP, Rafael Alves era responsável pela ponte entre as empresas e também liberava os pagamento após reuniões. O esquema se espalhou por todas as secretárias da prefeitura do município. O Crivella foi considerado o chefe da operação por ter dado poderes para que Alves pudesse atuar. O MPRJ aponta que conversas mostram uma relação próxima entre o prefeito e o empresário. Os investigadores ainda não têm informações sobre como o valor foi dividido entre as partes.
Fonte: Jovem Pan