Panamá estima que 65 mil migrantes estejam no país a caminho dos EUA

Boa parte dos migrantes que estão no Panamá caminham em direção aos Estados Unidos

O governo do Panamá anunciou nesta quarta-feira, 29, que pelo menos 65 mil pessoas podem estar cruzando o país com a intenção de migrar de forma irregular para os Estados Unidos. A informação foi dada pela ministra das Relações Exteriores do país, Erika Moyunes, em entrevista à Agência EFE. “Nós estamos soando o alarme há meses sobre isso e o que podemos dizer agora é que os números que vemos irão aumentar”, disse a chanceler. Ela se reuniu com autoridades do país norte-americano e mostrou a eles algumas das preocupações do país da América Central. A reunião ocorreu em meio a uma crise migratória sem precedentes nos EUA, que fazem há duas semanas uma repatriação em massa de mais de 10 mil haitianos que estão na fronteira da cidade de Del Rio, no Texas, com o México.

Segundo a chanceler, desde janeiro deste ano, mais de 86 mil migrantes já atravessaram o Panamá, sendo que 20 mil se encontram na fronteira entre EUA e México. Além disso, Mouynes afirmou que na fronteira panamenha com a Colômbia há de 20 mil a 30 mil pessoas esperando para também seguir a rota em direção ao território americano. A chanceler fez um apelo para que seja encontrada uma “solução compartilhada” sobre os fluxos migratórios que envolvam todos os países da região, em especial, os Estados Unidos, o que inclui a adoção de protocolos legais para atender a necessidade das pessoas que chegam de diversas partes do mundo. A maior parte dos haitianos que vai até o país saindo da ilha na América Central ou de outras partes da América Latina usa o Panamá como uma porta de entrada para caminhar por dias. No meio do mês, o governo da Colômbia estimou que quase 20 mil migrantes, em sua maioria do Haiti, estivessem na fronteira do país latino com o Panamá tentando seguir para o México, a última “parada” antes de tentar entrar nos EUA. A caminhada deles por dentro da selva de Darien, caminho mais rápido para deixar o país, é marcada por perigos que vão da vida selvagem, passando pelo terreno conturbado e por risco de serem interceptados pela ação de narcotraficantes que usam o local como rota para exportar droga para a América do Norte.


Fonte: Jovem Pan

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