No meio do mês de janeiro, cerca de 12 mil barris de petróleo bruto contaminaram 1.400 hectares de terra e mar no Peru. Um mês após o ocorrido, pescadores e restaurantes das praias no norte de Lima e da região central ainda sofrem as consequências deixadas pela operação de descarga do navio italiano Mare Doricum, na Refinaria La Pampilla, de propriedade da espanhola Repsol. O incidente que, segundo a empresa responsável, foi ocasionado após a formação de fortes ondas originadas em decorrência da erupção de um vulcão submarino em Tonga, deixou pescadores e habitantes da costa central peruana, a mais afetada, impossibilitados de saírem de casa para pescar e receber os turistas. A ausência das atividades é um golpe direto na economia da região, pois a pesca e o turismo são as principais fontes de renda. As aves e animais da vida marinha jazem mortos no chão, cobertos do óleo levado para o norte pelas correntes.
Não é só a renda familiar que foi afetada, os moradores também têm visto os problemas refletindo na alimentação. Os habitantes têm se ajudado solidariamente. Um grupo de 20 pescadores e moradores da região toma o café da manhã com uma “panela comunitária” de água de aveia, acompanhada de um pedaço de pão recheado com batata-doce. A empresa espanhola afirma que vai manter o apoio às comunidades até que as praias e o mar estejam aptos à atividade produtiva, e estima que 72% da limpeza do mar e da costa esteja concluída, estando na “fase final do calendário de ações de coleta de produtos”, que dará lugar à recuperação ambiental.
Na segunda-feira (14), o ministro do Meio Ambiente, Modesto Montoya, disse à rádio RPP que cerca de 2 mil barris do total derramado foram coletados, ressaltando que tudo o que foi para o fundo do mar ainda precisa ser recolhido. De acordo com o relatório de uma missão de especialistas da ONU que assessora o governo peruano, “o desastre ambiental atingiu a costa de cinco distritos ao norte do ponto de vazamento, e estima-se a contaminação de cerca de 80 km de costa”. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, não foram atingidos só 1.400 hectares de mar e terra, mas também 500 hectares de reservas protegidas de fauna marinha.
*Com informações da AFP