Pesquisa estuda como a diversidade genética pode determinar o risco e a gravidade da Covid-19

Segundo o pesquisador, a partir dessas descobertas será possível planejar estratégias específicas para pessoas que possuem determinado fator genético

A diversidade genética pode estar associada ao maior risco ou gravidade de infecção pelo coronavírus. Um estudo global identificou 13 zonas do genoma humano que podem estar associadas a diferenças no desenvolvimento da Covid-19. O pesquisador do Instituto do Coração do Hospital (Incor), José Krieger, que participou da pesquisa, explica que a proposta é entender por que determinadas pessoas têm formas mais leves ou mais graves da doença, bem como a influência genética para a condição. “A pesquisa mostra como a diversidade humana, a diversidade genética interage com o vírus. Isso não vai controlar a pandemia, o que vai controlar são as vacinas. Entretanto, esse conhecimento tem a chance de mostrar como as proteínas produzidas em nosso organismo podem influenciar nesse processo”, explicou o médico brasileiro ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan. Segundo Krieger, a partir dessas descobertas será possível planejar estratégias específicas para pessoas que possuem determinado fator genético, o que seria a tendência da medicina personalizada. 

“O problema [Covid-19] é multifatorial, mas parte é genético e é isso que estamos tentando entender. É possível que a medida que esse conhecimento se torne mais claro a gente possa identificar os indivíduos que têm mais resistência ou mais sensibilidade. Nesse momento, das 13 zonas identificadas, nove estão associadas à gravidade da doença. […] Em algumas regiões foram identificados genes que funcionam nos pulmões que estão associados em algumas pessoas a maior propensão de câncer e doenças imunológicas. Conhecido esse quebra cabeça ele poderá ser usado de maneira preditiva e já prever quem seria mais suscetível”, esclareceu. Sobre a identificação de pessoas super-resistentes ao coronavírus, o pesquisador pontuou que o tema ainda está sendo estudado. “Não temos garantia de que os indivíduos não foram infectados porque são resistentes, porque não tiveram contato. Então coloca uma série de dúvidas. Tanto é que no estudo brasileiro só estamos procurando separar quem é mais grave de menos grave, a pergunta de quem são os resistentes é muito difícil de ser abordada.”


Fonte: Jovem Pan

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