Pesquisador da Fiocruz diz que Brasil já vive nova onda da Covid-19: ‘Números vão aumentar’

Sobrecarga nos serviços de saúde está associada ao avanço a cepa H3N2 da influenza e na nova variante do coronavírus

O Brasil já vive a terceira onda da Covid-19, influenciada pelo surgimento da variante Ômicron, que já é responsável pela maioria das infecções do país. A avaliação é do infectologista, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e professor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Julio Croda. Segundo ele, a atual sobrecarga nos serviços de saúde está associada ao avanço da cepa H3N2 da influenza e na nova variante do coronavírus, e a situação deve piorar. “A gente começa a ver o reflexo das aglomerações, da falta do uso de máscara e com certeza os números vão aumentar. Já estamos em uma nova onda e uma nova onda devido à Ômicron. Vemos uma queda de H3N2 e aumento de casos de Covid-19. Se seguir um padrão como em outros países, nós observaremos um aumento de casos e internações, principalmente em pessoas não vacinadas. Neste caso, as crianças que não receberam o esquema vacinal”, afirmou o médico, durante entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News.

A expectativa do Ministério da Saúde é que 13 milhões de doses da vacina pediátrica da Pfizer sejam entregues até março. No entanto, segundo o médico, seriam necessárias 40 milhões de doses para garantir esquema vacinal completo do público infantil. Por isso, Julio Croda defende o aumento de leitos de enfermaria e de terapia intensiva, especialmente para o público infantil, que deve ser o mais afetado nas próximas semanais. “É necessário planejar melhor essa epidemia de Ômicron que já vivemos no país. Se a gente não agir de forma rápida, podemos ter colapso em algumas cidades, principalmente em serviços que atendem a população pediátrica”, disse o infectologista, que recomenda a vacinação das crianças. “A vacina é extremamente essencial nesse faixa etária, principalmente no contexto da Ômicron, que tem uma taxa de transmissão mais elevada e vai acometer as pessoas não vacinadas de forma mais grave. Ano passado tivemos óbito de 300 crianças nessa faixa etária de 5 a 11 anos e essas crianças continuam não sendo protegidas”, completou.


Fonte: Jovem Pan

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