O governo federal entregou neste sábado, 12, o “Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19” ao Supremo Tribunal Federal (STF). O documento de 93 páginas aborda, entre outras coisas, o total de possíveis doses a serem adquiridas ao longo de 2021, bem como traz as possíveis vacinas candidatas, entre elas a CoronaVac, para a imunização. No planejamento, consta o nome de 150 pesquisadores, chamados de colaboradores do Ministério da Saúde. No entanto, cientistas alegam falta de conhecimento sobre o plano apresentado e descartam aprovação prévia da proposta. Em nota divulgada também neste sábado, 36 pesquisadores citados pelo governo federal reiteram “surpresa e estranheza” pela divulgação. “Nos causou surpresa e estranheza que o documento no qual constam os nomes dos pesquisadores deste grupo técnico não nos foi apresentado anteriormente e não obteve nossa anuência.”
No comunicado, os cientistas afirmam que o grupo técnico havia solicitado uma reunião com a pasta e manifestado “preocupação pela retirada de grupos prioritários e pela não inclusão de todas as vacinas disponíveis que se mostrarem seguras e eficazes”, destacando a importância da proteção prioritária das populações vulneráveis, como “indígenas, quilombolas, populações ribeirinhas, privados de liberdade e pessoas com deficiência”. Segundo os pesquisadores, “um atraso na campanha de vacinação significa vidas perdidas”, o que reforça ainda mais a importância de ampliar as negociações para aquisição de outros possíveis imunizantes contra a Covid-19, que “atendam aos requisitos de eficácia, segurança e qualidade”. “Precisamos nesse momento utilizar a ciência para a tomada de decisão que norteará o que mais importa, a preservação de vidas de milhares de brasileiros e brasileiras”, diz a nota, assina por pesquisadores de instituições como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Instituto Butantan, Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
Fonte: Jovem Pan