A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou na tarde desta segunda-feira, 22, que seis corpos de pessoas encontradas mortas após uma operação da Polícia Militar no Complexo do Salgueiro, na Região Metropolitana do Estado, foram identificados. A identidade das pessoas assassinadas não foi revelada até o momento, mas, de acordo com o órgão, todos usavam roupas camufladas e apenas um dos mortos não tinha antecedentes criminais. Apesar da polícia confirmar apenas oito mortes no local, a Federação das Associações das Favelas do Rio de Janeiro narrou que 14 pessoas foram assassinadas, três delas do sexo feminino. “A prática da Polícia Militar no Complexo do Salgueiro em São Gonçalo foi a mesma dos traficantes que mataram o sargento. Executaram 14 pessoas, inclusive três meninas. Alguns, sem passagem”, afirmou o órgão nas redes sociais. O sargento ao qual o grupo se refere é Leandro Rumbelsperger da Silva, de 38 anos, que foi morto no sábado, 20, durante um patrulhamento na área.
Os policiais do Batalhão de Operações Especiais da polícia (Bope) teriam instalado a operação na região no domingo, 21, após uma denúncia informar que um dos responsáveis pela morte do sargento Silva estava ferido na região. Pelas redes sociais, a Polícia Militar do RJ classificou o Complexo do Salgueiro como “reduto de uma das principais facções criminosas do Rio, abrigando um bando que realiza roubos de cargas e veículos em série, além de comercializar entorpecentes e tentar impor um domínio territorial sobre os moradores locais” e disse que o chefe do crime na região, conhecido como “Rabicó”, intensificou as ações contra as forças do Estado após ser solto, no ano de 2019. “A PMERJ segue com o policiamento intensificado na região e trabalhando pela manutenção da sensação de segurança dos moradores do complexo de comunidades, assim como para localizar e prender os assassinos do saudoso Sargento Leandro Rumbelsperger da Silva”, finalizou nota, que não citou os corpos encontrados no local. Um Inquérito Policial Militar (IPM) deve ser aberto para apurar a operação.
A Defensoria Pública do Rio de Janeiro afirmou por meio de nota que recebeu denúncias sobre a operação violenta ainda na noite do domingo. “Os relatos eram chocantes e os pedidos de socorro muito dramáticos”, afirmou Guilherme Pimentel, ouvidor-geral da Defensoria, por meio de vídeo. Segundo ele, o Ministério Público do Estado foi acionado imediatamente e equipes estão fazendo escuta ativa da população no local junto à Comissão Parlamentar de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O Ministério Público do Rio disse que acompanha as diligências no local e afirmou que vai “tomar as medidas cabíveis” para analisar o caso. As investigações na esfera civil são feitas pela Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG) e os corpos foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) da região.
Fonte: Jovem Pan