A decisão de Ciro Gomes de suspender a sua pré-candidatura à presidência da República em 2022 até que o Partido Democrático Trabalhista (PDT) reveja a sua posição na PEC dos precatórios está sendo vista no meio político como uma possível “desistência honrosa”. Parte da bancada da legenda votou favorável à Proposta de Emenda à Constituição (PEC), aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados e Ciro colocou os deputados contra a parede dizendo que eles ainda têm a chance de voltar atrás na votação em segundo turno. “Há momentos em que a vida nos traz surpresas fortemente negativas e nos coloca graves desafios. É o que sinto, neste momento, ao deparar-me com a decisão de parte substantiva da bancada do PDT de apoiar a famigerada PEC dos Precatórios. A mim só me resta um caminho: deixar a minha pré-candidatura em suspenso até que a bancada do meu partido reavalie sua posição”, disse o vice-presidente da legenda no documento. Recentemente, o político já havia criticado a matéria, durante entrevista à Jovem Pan Joinville.
“A PEC dos precatórios é uma dessas aberrações absolutamente inomináveis. O Auxílio Brasil, uma política social compensatório, é um imperativo de um país que destruiu os empregos, destruiu a renda do povo e levou quase 20 milhões a passar fome”, afirmou na ocasião. Já a cúpula do PDT entrou com uma ação contra a autorização do presidente da Câmara de permitir que 23 parlamentares, em viagem, votassem remotamente. “Respeitamos todos os posicionamentos políticos que possam vir, mas acho que o PDT tem tranquilidade. Terá a temperança de deixar a poeira baixar”, afirmou. A postura de Ciro Gomes foi elogiada por alguns políticos, entre eles os senadores Randolfe Rodrigues (Rede) e Alessandro Vieira (Cidadania). No entanto, o entendimento é que Ciro não estaria conseguindo agregar alianças para se viabilizar como a terceira via dentro da disputa presidencial, polarizada entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula. Com o cenário, para muitos parlamentares, seria como uma “saída honrosa” para o político.
Fonte: Jovem Pan