Por que a sabatina de André Mendonça não deve ocorrer antes de 7 de setembro

Mendonça enfrenta resistência no Senado, mas parlamentares governistas acreditam que ele possui os fatos para ser aprovado

Apesar dos apelos de parlamentares governistas, a sabatina de André Mendonça, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para a vaga do ministro Marco Aurélio Mello no Supremo Tribunal Federal (STF), só deve ocorrer depois do feriado de 7 de setembro. A escolha da data da sessão é uma prerrogativa do presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ), Davi Alcolumbre (DEM-AP), um dos principais focos de resistência ao nome do ex-advogado-geral da União.

Em um contexto de crise entre os Poderes, senadores ouvidos pela reportagem afirmam que Alcolumbre quer aguardar os desdobramentos das manifestações bolsonaristas convocadas para o feriado nacional para decidir quando a CCJ receberá o “terrivelmente evangélico” escolhido por Bolsonaro. Além disso, para uma ala do Senado, as manifestações da próxima semana vão definir se a tensão irá arrefecer ou se agravar. Como a Jovem Pan mostrou, o parlamentar do DEM decidiu não pautar a sabatina de André Mendonça depois do presidente da República apresentar um pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF. O ex-presidente do Senado considerou a atitude “lamentável” e uma agressão ao Judiciário.

A interlocutores, Alcolumbre tem dito que não faz sentido analisar a indicação feita por Bolsonaro ao Supremo, se o presidente da República instiga o conflito institucional. “Vamos aguardar o que acontecerá na próxima semana para saber se o presidente recua ou se vai insistir na estratégia de esticar a corda”, afirmou à Jovem Pan, pedindo reserva, um integrante da CCJ do Senado. Nesta terça-feira, 31, cumprindo agenda em Minas Gerais, o mandatário do país afirmou, sem explicar ao que se referia, que “nunca houve uma oportunidade como essa” em um feriado de 7 de setembro. “Nunca outra oportunidade para o povo brasileiro foi tão importante ou será importante quanto esse nosso próximo 7 de Setembro”, disse em Uberlândia (MG). “Vamos mudar os destinos do Brasil e tenho certeza, dentro das quatro linhas da Constituição. Não será levantando uma espada para cima e proclamando algumas palavras. No passado, foi assim. Hoje pela complexidade do que está em jogo em nossa nação, será um pouco diferente”, acrescentou.


Fonte: Jovem Pan

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