Por que o título do Palmeiras na Copa Rio de 51 foi tão importante quanto um Mundial?

Palmeiras foi campeão da Copa Rio de 1951

Às vésperas da estreia do Palmeiras no Mundial de Clubes de 2020, diante do Tigres (México), no Catar, às 15h (de Brasília) deste sábado, a polêmica sobre a conquista da Copa Rio de 1951 volta à tona. Afinal, o Verdão é ou não é campeão do mundo? Presidente da Fifa, o italiano Gianni Infantino descartou fazer qualquer equivalência do torneio realizado no Brasil com o tradicional Mundial na última vez em que foi perguntado sobre o tema. Ainda assim, recentemente, a entidade máxima do futebol reconheceu o Alviverde como “o primeiro vencedor de um torneio internacional de clubes”. Independente da nomenclatura, há vários fatores que transformam o campeonato disputado na metade do século passado tão especial quanto a competição atual.

A Copa Rio de 1951 foi idealizada por Mário Leite Rodrigues Filho, jornalista que hoje batiza o estádio do Maracanã, e contou com o apoio da Prefeitura do Rio de Janeiro e de Ottorino Barassi, então secretário-geral da Fifa e entusiasta de um campeonato mundial entre equipes. No entendimento de Mário Filho, o Brasil precisava dar uma guinada após a seleção perder a Copa do Mundo de 1950 para o Uruguai, justamente no principal estádio do país, no Rio de Janeiro, na derrota que ficou conhecida como “Maracanazo”. A intenção era organizar um torneio com 16 times, mas os problemas de logística da época derrubaram a ideia. Ainda assim, Juventus (vice italiana), Palmeiras (campeão paulista), Vasco (campeão carioca), Áustria Viena (campeão austríaco), Sporting (campeão português), Estrela Vermelha (tricampeão da Copa da Iugoslávia), Nacional do Uruguai (campeão uruguaio) e Nice (campeão francês) foram convocados.

“Os critérios foram bem definidos para essa competição, que também levava o nome de Torneio Internacional de Clubes Campeões. O grau de dificuldade demonstra o relevo desse torneio”, disse o historiador Fernando Galuppo, em entrevista à Jovem Pan. “A Juventus tinha como base vários jogadores da seleção italiana, como Carlo Parola, Ermes Muccinell, Giampiero Boniperti, Karl e John Hansen, além do Praest, artilheiro da competição, jogador de alto nível. Os times da França e da Iugoslávia eram base das suas respectivas seleções. O Vasco era aquele time chamado de Expresso da Vitória, sendo a base da seleção da Copa com Barbosa, Danilo Alvim, Eli, Augusto, Maneca, enfim… O Nacional também tinha jogadores que atuaram na Copa de 50, como Júlio Pérez, José Santamaria e outros. Já o Sporting tinha atletas muito expressivos na Europa, entre eles, uma curiosidade: o pai de Jorge Jesus, técnico que brilhou no Flamengo e com história consagrada no futebol português. O Palmeiras tinha um grupo já firmado, com conquistas expressivas no cenário nacional, contando com Juvenal e Jair Rosa Pinto, que disputaram o Mundial de 50, além de Rodrigues, Oberdan, Canhotinho, Lima… Um grande esquadrão”, destacou.


Fonte: Jovem Pan

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