A prisão da ex-presidente interina boliviana Jeanine Áñez gerou tensões no Parlamento nacional entre integrantes do governo e opositores, além de apoios e críticas de fora e dentro do governo de Luis Arce. Internamente, o impasse chegou nesta quinta-feira, 18, ao Legislativo, onde houve uma sessão da Câmara dos Deputados em que o partido no poder buscava aprovar uma resolução contra o que vê como “interferência” da Organização dos Estados Americanos (OEA) pelos pronunciamentos da entidade sobre a situação de Áñez. O Movimento Rumo ao Socialismo (MAS) já havia aprovado uma resolução nessa linha no Senado na véspera e promovido o mesmo na Câmara dos Deputados, em meio a protestos furiosos das bancadas opositoras de Comunidade Cidadã e Creemos.
A tensão foi tamanha que, quando o deputado opositor Erwin Bazán compareceu à Câmara para falar com a liderança, dois parlamentares pró-governo o puxaram pelo braço, sendo forçado a voltar ao corredor do plenário, onde se iniciou uma discussão entre parlamentares de ambos os lados. A oposição gritava que “MAS é violência” e “fraude”, enquanto o partido no poder exclamava as palavras “justiça” e “assassinos”. O Movimento ao Socialismo acabou se impondo como maioria para aprovar a resolução, que foi rejeitada pelas bancadas da oposição, como aconteceu no Senado.
Fonte: Jovem Pan