No programa especial “Liberdade de Expressão”, exibido nesta segunda-feira, 23, pela Jovem Pan, com apresentação de Vitor Brown, o procurador de Justiça de São Paulo, Cesar Dario Mariano, criticou a fala do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que promoverá a regulamentação da mídia e da internet caso seja eleito presidente da República em 2022. Para o procurador, qualquer controle sobre publicações deve ser feito “à posteriori” e regular a mídia implica censura, o que é proibido pela Constituição. “Tentar fazer controle social da mídia é, em primeiro lugar, vedado por norma constitucional expressa. Segundo que seria censura, reconhecida pela própria Suprema Corte. Se alguém ofendeu, se alguém ameaçou, ele vai ser responsabilizado posteriormente, um controle que é à posteriori, e não anterior. Porque regular a mídia implica censura, que é vedada pela Constituição Federal, e eu vou mais longe. A censura está no capítulo que trata dos Direitos e Garantias Fundamentais, que é cláusula pétrea. Sequer pode ser alterada por emenda constitucional. Isso de dizer que ‘vou regular a mídia’, ‘vou fazer uma legislação para calar os jornalistas’, além de ser algo típico de um regime totalitário, como é Cuba, Venezuela, Coreia do Norte, e agora o Afeganistão, isso não é permitido em uma democracia”, afirmou.
Além de Cesar, os comentaristas Rodrigo Constantino (3 em 1) e Cristina Graeml (Os Pingos Nos Is) participaram do programa e repercutiram a declaração de Lula. Em sua fala, Constantino afirmou que o petista flerta com projetos ditatoriais e citou ações da CPI da Covid-19 contra “pensadores independentes”. “O senador petista Humberto Costa, usando como instrumento essa CPI circense, comandada pelo gabinete paralelo do lulismo, tentou e está tentando intimidar vários pensadores independentes de direita e conservadores. É uma inversão total. […] O ex-presidente Lula flerta abertamente com modelos ditatoriais como Cuba e Venezuela e boa parte desse ‘jornalismo’ trata-o como personagem legítimo do debate democrático do país”, explicou Constantino. Já Cristina disse que as falas representam uma ameaça à democracia e afirmou que, além de Lula, Dilma Rousseff e Fernando Haddad também tinham o tema em seus planos de governo. “Ameaça direta à democracia, coisa que ele já vinha fazendo quando era presidente. A sua sucessora Dilma Rousseff insistiu em continuar tentando. O homem indicado por eles para tentar a presidência, Fernando Haddad, também colocou isso durante a campanha de 2018, era uma de suas metas caso fosse eleito presidente. Ainda bem que não foi”, afirmou Cristina.
Fonte: Jovem Pan