Elliot Page anunciou em um longo texto publicado nas redes sociais nesta terça-feira, 1º, que é uma pessoa transgênero. “Oi, amigos. Gostaria de compartilhar com vocês que sou trans, meus pronomes são ele/they (pronome neutro em inglês) e meu nome é Elliot”, escreveu. “Sinto sorte por estar escrevendo isso. Por estar aqui. Por ter chegado a este lugar na minha vida. Sinto uma gratidão imensa por todas as pessoas incríveis que me apoiaram ao longo desta jornada”, continuou o ator que, em 2014, ainda com o nome de batismo (Ellen Page), declarou-se homossexual durante uma conferência em Las Vegas. Elliot, que tem 33 anos, despontou em 2005 no filme “Meninas Má.Com”. Em 2007, foi protagonista principal de “Juno”, filme pelo qual recebeu indicações em diversas premiações.
“Me sinto cheio de gratidão pelas pessoas incríveis que me apoiaram ao longo dessa jornada. Não consigo nem começar a expressar o quão extraordinário é finalmente me amar o suficiente para perseguir meu verdadeiro eu”, afirmou o artista. Ele agradeceu, ainda, às pessoas da comunidade trans, pela inspiração, coragem e “trabalho incessante em fazer desse mundo um local mais inclusivo e com compaixão”. “Ofereço qualquer suporte que puder para continuar na luta por uma sociedade mais amorosa e igual”, disse. “Eu amo ser trans. E quanto mais eu me mantenho perto e abraço totalmente quem sou, mais eu sonho, mais meu coração cresce e mais eu prospero. Para todas as pessoas trans que lidam diariamente com assédio, auto-aversão, abusos e ameaças de violência: eu vejo vocês, eu amo vocês e eu farei tudo o que puder para mudar esse mundo para melhor”, continuou.
Porém, apesar de escrever que está “muito feliz com a decisão”, Elliot disse que “também é frágil e sente medo”. “A verdade é, por mais que esteja me sentindo extremamente feliz e sabendo a quantidade de privilégios que eu carrego, também estou com medo. Estou com medo da invasão, do ódio, das “piadas” e da violência”, afirmou, lembrando as estatísticas que cercam as pessoas trans. Segundo ele, somente em 2020, 40 pessoas trans foram assassinadas nos Estados Unidos, em sua maioria mulheres negras e latinas. “Para aqueles líderes políticos que trabalham para criminalizar a saúde de pessoas trans e negar os nossos direitos de existir, e para aqueles que tem uma massiva plataforma que continua jogando hostilidade nas pessoas trans: vocês têm sangue nas mãos. Vocês liberam uma raiva vil e humilhante que recai sobre os ombros da comunidade trans, uma comunidade em que 40% dos adultos dizem já ter tentado cometer suicídio. Já deu. Vocês não estão sendo ‘cancelados’, vocês estão machucando pessoas. Eu sou uma dessas pessoas e nós não ficaremos em silêncio frente aos seus ataques”, escreveu o ator.
Fonte: Jovem Pan