A manifestação convocada no centro de Lima, no Peru, nesta terça-feira, 5, contra o toque de recolher decretado pelo presidente do Peru, Pedro Castillo, terminou com um ataque a uma sede do Judiciário e violentos distúrbios que deixaram feridos e danos no centro da capital. A marcha pacífica que pedia o fim do toque de recolher e o fim do governo de Castillo terminou com a Avenida Abancay, perto do Congresso, transformada em um campo de batalha que opôs manifestantes contra a Polícia Nacional. A presidente da Suprema Corte e do Poder Judiciário do Peru, Elvia Barrios, confirmou à emissora “Canal N” que as portas do Superior Tribunal de Justiça da capital foram destruídas pelos manifestantes, que também tentaram incendiar parte dos móveis. Durante a marcha, parte dos manifestantes tentou chegar ao Palácio do Governo, mas teve o acesso bloqueado pelas autoridades, o que provocou os primeiros momentos de tensão entre as duas partes que levaram ao lançamento de bombas de gás lacrimogêneo pelos agentes, que foram respondidas com ataques com pedras contra a polícia e até mesmo a imprensa.
As forças da ordem não intervieram em alguns dos distúrbios, como para apagar as fogueiras e incêndios de mobiliário urbano consumados por alguns manifestantes, mas aproximaram-se, de mãos levantadas, para pedir o fim do tumulto. Por sua parte, o ministro do Interior, Alfonso Chávarry, informou à emissora estatal “Perú TV” que quatro policiais ficaram feridos após confrontos com manifestantes e foram levados ao hospital. Além disso, rechaçou os atos violentos de algumas pessoas que, segundo sua versão, se infiltraram nos protestos em Lima. Depois da confusão, o protesto pacífico deslocou-se para o local de origem, a Plaza San Martín, onde milhares de pessoas permaneceram até a noite e exigiram que Castillo entregasse o cargo.
*Com informações da EFE