Diante de um cenário de desaquecimento da economia, alta do dólar, isolamento social, fechamento de fronteiras para brasileiros e a crise no setor aéreo, uma agência de intercâmbio esportivo de São Paulo trabalhou para não fechar as portas. A empresa chegou a enviar para fora do país 200 jovens para estudar e praticar esportes em 2019, mas durante a pandemia embarcou apenas seis clientes. Para otimizar a operação, foi preciso reestruturar todo o setor financeiro e renegociar com clientes e fornecedores. Um dos sócios da empresa, Igor Bolanho, conta que ligou para os concorrentes, para todos se ajudarem a superar a crise. “Praticamente toda semana a gente fazia videochamadas com nossos concorrentes de São Paulo, de Campinas, e trocava ideia, conversava, via o que estava dando certo e aplicava, para crescermos juntos. A gente sabia que se ao invés de enfrentar a pandemia a gente continuasse enfrentando uns aos outros ninguém iria sobreviver”, conta.
Depois de muitos obstáculos, o segundo semestre de 2021 começou com uma sinalização de melhora para o setor, com a abertura das fronteiras, principalmente dos EUA. O estudante de 26 anos Gabriel Tocuda representa essa retomada de fôlego. Em janeiro deste ano, ele teria embarcado para a California para estudar com uma bolsa de 70% e faria parte do time de futebol da universidade. Com as fronteiras fechadas, a viagem precisou ser adiada. Até o embarque, Gabriel vai se capitalizar trabalhando numa clínica particular de exames e consultas em São Paulo. Ele conta que está realizando dois sonhos em uma única oportunidade. Estudar fora do Brasil e jogar futebol. “Eu sempre tive o sonho de jogar futebol e me profissionalizar, mas infelizmente acabou não dando certo. Hoje, eu tento conciliar isso com o intercâmbio esportivo”, diz. Os EUA anunciaram nesta semana que, em novembro, vão suspender as restrições de entrada no país.
Fonte: Jovem Pan