Em entrevista coletiva no Senado Federal nesta terça-feira, 05, o relator da CPI da Covid-19, senador Renan Calheiros (MDB-AL), disse que a comissão parlamentar de inquérito vai indiciar mais de 30 pessoas, a partir das provas coletadas nos depoimentos ouvidos pelo colegiado, composto por 11 parlamentares. Segundo o senador, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) estará entre eles “com certeza”. “Nós não vamos falar grosso na investigação e miar no relatório, ele com certeza será indiciado, sim, pelo que praticou”, disparou Calheiros aos jornalistas ao ser questionado sobre a situação do chefe do executivo.
“Ainda não há uma quantificação de indiciados, mas será um pouco mais de 30. Uma informação muito importante é que nós vamos mandar para a Procuradoria Geral da República (PGR) apenas o que couber a ela. E vamos destrinchar [o relatório] para mandar para o Tribunal de Contas da União (TCU), para o Ministério Público do Distrito Federal, o de São Paulo e de outros estados os outros aspectos do próprio relatório. A PGR vai avaliar no prazo de 30 dias, segundo a legislação, aqueles que tiverem foro especial, que, portanto, devem ser examinados por ela. Vamos adicionalmente entregar os elementos probantes juntados ao longo dos nosso trabalhos tanto à comissão parlamentar de inquérito da Câmara Municipal de São Paulo quanto a da ALESP e ao MP do Estado de São Paulo também”, afirmou.
Ainda na entrevista coletiva, Calheiros deu pistas de outros possíveis nomes que deverão ser indiciados a partir dos argumentos do relatório: “ministros, aquelas pessoas que tiveram participação efetiva no gabinete paralelo, no gabinete do ódio e todos aqueles que tiveram responsabilidade no desvio de dinheiro público e da roubalheira. Essas pessoas serão responsabilizadas. Nós utilizaremos os tipos penais do crime comum, de responsabilidade, contra a vida, contra a humanidade e estamos avaliando, com relação a indígenas, a utilização do crime de genocídio”, revelou.
Fonte: Jovem Pan