Reta final da CPI da Covid-19 é marcada por mal-estar causado por vazamento do relatório

Relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL) será votado na terça-feira, 26

A reta final da CPI da Covid-19 está sendo marcada por um mal-estar dentro do G7, formado pelos senadores independentes e de oposição. O grupo majoritário está rachado, sobretudo, em razão da possibilidade da comissão pedir o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro por genocídio contra indígenas, e pelo vazamento de trechos do relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL). Neste domingo, 17, o presidente do colegiado, senador Omar Aziz (PSD-AM), anunciou o adiamento da leitura e da votação do parecer. O texto do emedebista será lido na quarta-feira, 20, e votado na terça-feira, 26.

Na sexta-feira, 15, em uma reunião após a sessão remota que aprovou a convocação do último depoente a ser ouvido pela CPI, os senadores costuraram um acordo para garantir que o relatório só fosse apresentado publicamente após uma discussão prévia do G7. O grupo majoritário se reuniria na noite desta segunda-feira, 18, para ouvir as considerações de Renan Calheiros, apresentar contrapontos e tentar chegar a um consenso. Segundo relatos feitos à reportagem, a divergência ocorre porque os parlamentares queriam ser convencidos sobre alguns pontos, como é o caso do genocídio dos povos indígenas – o senador Omar Aziz é um dos que mais resiste a este respeito. Há consenso, por outro lado, que Bolsonaro cometeu o crime de infração a medidas sanitárias. Como a Jovem Pan mostrou, o parecer do emedebista deve pedir o indiciamento do chefe do Executivo federal por 11 crimes: epidemia com resultado de morte; infração a medidas sanitárias; emprego irregular de verba pública; incitação ao crime; falsificação de documentos particulares; charlatanismo; prevaricação; genocídio de indígenas; crimes contra a humanidade; crime de responsabilidade; e homicídio comissivo por omissão.


Fonte: Jovem Pan

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