Acontece nesta quinta-feira, 12, o depoimento do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, na CPI da Covid-19, em sessão marcada para às 9h30. Ex-ministro da Saúde no governo Michel Temer, o deputado federal é acusado por senadores de ter envolvimento em supostas irregularidades na pasta. Segundo o depoimento do deputado Luís Miranda, Barros teria sido citado pelo presidente Jair Bolsonaro, em reunião no Palácio da Alvorada, após ouvir denúncias de corrupção no Ministério da Saúde. O parlamentar nega as suspeitas. O vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede), espera que o deputado fale a verdade. “A melhor preparação para qualquer questão é a verdade. Se ele estiver dotado da verdade, se não for pego em contradições, ele pode sair com atestado de inocência em relação a tudo, não temos obsessão de culpar ninguém.”
Nesta quarta-feira, a CPI aprovou uma acareação entre o deputado Luis Miranda e o ministro da secretaria-geral da Presidência, Onyx Lorenzoni. A oitiva está marcada para o dia 18. O requerimento não estava na pauta do dia, mas foi incluído no meio da sessão. Miranda e Onyx apresentaram versões diferentes sobre as notas fiscais enviadas para a compra da Covaxin. O senador Randolfe Rodrigues argumenta que novos documentos e quebras de sigilo requerem que eles estejam frente a frente. “A decisão foi em decorrência da conveniência da investigação. As informações que chegaram à comissão, sobretudo em relação à Precisa, o material probatório que já temos levou à necessidade urgente de apreciação desse requerimento”, disse. Os governistas foram contra a acareação. O senador Marcos Rogério (DEM) disse que não vai fugir do embate, mas lamenta. “Essa é mais pedalada da CPI. Na falta de uma pauta de investigação efetiva, eles tentam criar momentos de espetacularização”, afirmou.
Além da acareação entre Onyx Lorenzoni e Luís Miranda, os senadores aguardam o depoimento do sócio da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano. Marcada para o dia 19, a oitiva já foi adiada por duas vezes a pedido do depoente, mas a cúpula da comissão vem indicando que a paciência se esgotou. Nesta quinta-feira, o colegiado ouviu o diretor-superintendente da Vitamedic, empresa que fabrica ivermectina. Durante a oitiva, ele admitiu que a empresa patrocinou um manifesto da Associação Médicos pela Vida a favor do tratamento precoce contra a Covid-19, mas negou que a companhia, 100% brasileira, faça negócios com o governo federal. Jailton Batista detalhou que as vendas do medicamento cresceram 600% desde o início da pandemia, com o faturamento passando de R$ 15 milhões, em 2019, para R$ 470 milhões, no ano passado.
Fonte: Jovem Pan