O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, negou ilegalidades e a tentativa de atrapalhar investigações da maior apreensão de madeira do Brasil. “Não houve nenhuma atuação nem minha e nem de ninguém do governo para defender empresários. Uma falsa narrativa levada na notícia-crime tenta colocar essa história, mas não foi verdadeira.” Na quarta-feira, 2, a ministra do Supremo Tribunal Federal Cármen Lúcia autorizou a abertura do inquérito que vai apurar o caso. Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, ele explicou. “Qual foi a nossa atuação: dizer que o governo estava sendo cobrado por deputados e senadores da região Norte em razão de uma demora em uma resposta e essas pessoas tinham reclamado disso. Nossa única colocação foi a respeita da celeridade, necessidade da resposta ser dada de maneira rápida — seja reconhecendo que há ilegalidade ou reconhecendo que eventualmente não há.”
Salles se disse incomodado com a manipulação da notícia para “dar um ar de que há ilegalidade comprovada”. “Já expliquei ao procurador-geral e, por ocasião do inquérito, terei a oportunidade de explicar novamente. As questões vão ficar muito claras. Não há como você colocar ares de ilegalidade em reuniões em que estavam presentes o número dois do Ministério da Justiça, o delegado-chefe de Meio Ambiente da Polícia Federal, quatro senadores, três deputados federais e várias outras autoridades.” Ele ainda classificou a narrativa da notícia-crime como absolutamente inadequada.
Em relação às movimentações financeiras, o ministro do Meio Ambiente afirmou que não há nada indicado nos autos no período de sua gestão. “Tentaram requentar uma notícia lá de trás querendo confundir os fatos”, explicou. Salles vê semelhanças entre o inquérito de Cármen Lúcia e o de Alexandre de Moraes. “O segundo é retaliação de um delegado ligado ao primeiro delegado contra essa discussão toda. Claramente uma retaliação política. Mas o fato é que, tanto em um quanto no outro, prestaremos todos os esclarecimentos. Não há absolutamente nenhum ilegalidade e isso vai ficar comprovado.” Sobre sua ausência em uma reunião do Conselho da Amazônia, criticada pelo vice-presidente Hamilton Mourão, Ricardo Salles disse que estava organizando documentos solicitados por autoridades e que não foi por impedimentos agenda. Questionado a respeito de problemas com o general, o ministro respondeu: “Tem que perguntar para ele”.
Fonte: Jovem Pan