O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) desistiu de sua pré-candidatura à Presidência da República. O anúncio foi feito no plenário na noite desta quarta-feira, 9, enquanto apresentava um balanço de sua gestão à frente da Casa. A desistência já havia sido sinalizada nesta terça-feira, 8, quando o parlamentar afirmou que “nunca afirmou” que disputaria o pleito pelo Palácio do Planalto. Pacheco havia sido lançado como pré-candidato do PSD, de Gilberto Kassab, em novembro do ano passado, mas, desde então, não demonstrou entusiasmo com a ideia. Nas pesquisas de intenção de voto, o chefe do Congresso Nacional também não havia decolado.
“O Brasil passa por uma das maiores crises de sua história. A pandemia do coronavírus, que nos aflige há mais de dois anos, tem impactos severos na saúde, na economia, na educação e na vida das pessoas. O país convive tristemente com desemprego, fome e retrocessos em todas as áreas. Esse quadro tão delicado foi agravado agora pela invasão da Ucrânia pela Rússia, que teve efeitos imediatos na economia mundial, com consequências inevitáveis no nosso já sofrido Brasil”, disse. “Nesse cenário, tenho que dedicar toda a minha energia a conduzir o Senado neste ano fundamental para a tão ansiada recuperação do nosso país. O cargo que me foi confiado por meus pares está acima de qualquer tipo de interesse pessoal ou de ambição eleitoral. Meus compromissos como presidente do Senado e com o país são urgentes, inadiáveis e não permitem qualquer espaço para vaidades. Por isso, afirmo que é impossível conciliar essa difícil missão com uma campanha presidencial. O presidente do Senado precisa agir como um magistrado, conduzindo os trabalhos com serenidade, equilíbrio e isenção, buscando consensos possíveis em nome do melhor para o país. O que é incompatível com um embate eleitoral nacional, por mais civilizado que seja o processo”, acrescentou.
Cortejado pelo PT para apoiar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já no primeiro turno, Kassab afirma que o PSD terá uma candidatura própria à Presidência. Na prática, a desistência de Pacheco abre caminho para que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), deixe o ninho tucano para se filiar à sigla. Leite foi derrotado pelo governador de São Paulo, João Doria, nas prévias do PSDB. Dentro do PSD, o movimento do gestor gaúcho é dado como certo. “Tenho absoluta certeza de que o PSD em sua dimensão saberá qual o melhor caminho a seguir, sustentado na defesa das instituições, da democracia, das liberdades e na urgente promoção da recuperação que o Brasil, os brasileiros e as brasileiras tanto necessitam. Minha gratidão ao presidente Gilberto Kassab e aos meus colegas de partido”, encerrou Pacheco.