A Assembleia Geral da ONU decidiu na quinta-feira, 7, pela suspensão da Rússia do Conselho dos Direitos Humanos, com 93 votos a favor. A decisão vem após a repercussão do massacre na cidade de Bucha, na Ucrânia, e ao pedido dos países ocidentais pela suspensão dos russo. O Brasil se absteve da votação argumentando que apesar do que se tem visto na Ucrânia provavelmente ter sido cometido pelos russos, ainda não há provas, e, em relação há Bucha, há dúvidas sobre o que teria acontecido na região. Assim como Brasil, outros representantes disseram que, nesse momento, um voto para suspender a Rússia seria prematura já que não apresentaram provas o suficiente para julgar se foram as tropas de Putin que cometeram a atrocidade. Para suspender a participação de um país, é necessário o voto favorável de dois terços dos países, dentro de um total de 193 Estados-membros.
Na segunda-feira, 4, a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, disse que a “Rússia não deve ocupar uma posição de autoridade neste órgão” e nem deve ser permitido que ela “use seu papel no Conselho como uma ferramenta de propaganda para dizer que tem uma preocupação legítima com os direitos humanos”. A participação da Rússia no Conselho de Direitos Humanos é uma farsa”, disse Thomas-Greenfield. A suspensão de um país por violações graves aconteceu uma vez desde 2006, quando o órgão foi criado. A Líbia foi expulsa em 2011, pela repressão dos protestos populares contra o regime de Muammar al-Gaddafi. Em 24 de março, a mesma Assembleia votou por 140 a 5 e 38 abstenções pela culpabilização da Rússia pela crise humanitária da Ucrânia e pedindo um cessar-fogo imediato.