A terceira rodada de negociações de paz entre Rússia e Ucrânia está prevista para começar às 11 horas da manhã desta segunda-feira, pelo horário de Brasília, novamente em Belarus, em uma cidade próxima da fronteira com a Polônia. A informação foi divulgada por um negociador ucraniano nas redes sociais. “Negociações com a Rússia. Terceira rodada. Comece às 16:00, horário de Kiev. Delegação sem alteração”, escreveu Mikhailo Podoliak, que é conselheiro do Chefe do Gabinete do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, e membro da delegação ucraniana. No último encontro, na quinta-feira, 3, em meio à ofensiva russa contra a Ucrânia, ambas as partes concordaram em estabelecer corredores humanitários. O assunto deve voltar para a mesa de negociações.
Pouco depois de usar o Twitter para fazer o anúncio, Podoliak voltou a escrever, mas desta vez com uma provocação para a Rússia, acusando-a de acreditar que a violência contra civis dá resultados de guerra. “Em alguns minutos, começaremos a conversar com representantes de um país que acredita seriamente que a violência em larga escala contra civis é um argumento. Prove que não é assim. Não preste atenção a vários nomes tóxicos como Yanukovych, Boyko, Muraev, que são russos tolos”, publicou o negociador ucraniano. Em outro tweet recente, ele já havia falado sobre a questão das vítimas civis, chamado os russos de “Bárbaros do século XXI”. Na publicação, Podoliak afirmou ainda que o país inimigo danificou ou destruiu 202 escolas, 34 hospitais, mais de 1.500 edifícios residenciais. “O exército russo não sabe lutar contra outros exércitos. Mas ele sabe como matar civis”, criticou.
Do outro lado, um representante russo nas negociações acusou a Ucrânia de impedir a retirada de civis de áreas de combate e afirmou que a instauração de corredores humanitários será abordada nas conversações desta segunda. “Os nacionalistas que assumiram posições nas cidades continuam mantendo civis nas localidades e os usam, direta e indiretamente, inclusive como escudos humanos, o que é claramente um crime de guerra”, disse Vladimir Medinski ao canal de televisão público russo. Moscou propôs a abertura de seis corredores humanitários, quatro deles em direção a para Belarus e Rússia, mas o governo ucraniano rejeitou a ideia e pediu que os civis possam escolher seu destino, chamando a sugestão de ‘golpe imoral’. Os corredores propostos por Moscou eram destinados à retirada de civis de Kiev, Mariupol, Kharkiv e Sumy, todos alvos de intensos bombardeios. Até o momento, todas as tentativas de retirar civis de forma coordenada fracassaram.