Rússia responde a sanções dos EUA e afirma que dará resposta ‘forte’ e ‘dolorosa’

Vladimir Putin, presidente da Rússia

Após as sanções dos Estados Unidos (EUA) e de outros países, como o Japão, a Rússia se pronunciou nesta quarta-feira, 23, e prometeu, uma resposta “forte” e “dolorosa”. Em uma declaração do Ministério das Relações Exteriores, o país liderado por Vladimir Putin afirmou que não deve haver dúvidas sobre sua posição diante da questão: “haverá uma resposta forte a essas sanções, não necessariamente simétricas, mas bem calculadas e dolorosas para os Estados Unidos”. As sanções ao país europeu foram anunciadas na última terça-feira após Putin reconhecer a independência de duas regiões separatistas ucranianas, em meio às tensões que se intensificam com a Ucrânia.

A nota oficial das Relações Exteriores afirma que as medidas dos EUA se tratam da 101ª rodada de penalizações contra a Rússia e que a intenção dos americanos é “tentar mudar o rumo da Rússia”. “Apesar da evidente inutilidade dos esforços realizados ao longo dos anos para atrapalhar o desenvolvimento da nossa economia, os Estados Unidos estão novamente utilizando instrumentos restritivos que são ineficazes e contraproducentes do ponto de vista dos interesses americanos”, diz o texto. “Afirmamos que o arsenal da política exterior americana, prisioneira dos estereótipos de um mundo unipolar – com a falsa convicção de que os Estados Unidos têm o direito e podem impor as próprias regras da ordem mundial – não contam com outros meios além da chantagem, intimidação e ameaças”, completa a nota.

Também nesta quarta, o Ministério das Finanças da Rússia indicou que está acompanhando de perto a situação dos mercados internacionais, após as sanções impostas pelos Estados Unidos às transações com títulos da dívida soberana do país do Leste Europeu. O ministério ainda informou que, apesar de todo o impacto das medidas americanas, é capaz de minimizar o dano e que vai adotar medidas em favor da estabilidade financeira. “O Ministério das Finanças da Rússia, junto com o Banco Central da Rússia, seguirá monitorando de perto a situação nos mercados financeiros e, se for necessário, tomará medidas adicionais para fortalecer a estabilidade financeira”, aponta o comunicado.

Além disso, as Finanças informaram que, para enfrentar os riscos de vendas forçadas, valores governamentais por parte de certos investidores estrangeiros, a colocação de bônus, depois de 22 de fevereiro, será feita mediante a emissão de novos títulos registrados antes dessa data.  “Com o objetivo de ajudar a fortalecer a estabilidade no mercado de dívida russo, as decisões sobre a colocação de bônus nas próximas semanas serão tomadas levando em conta as condições do mercado”, apontou a pasta em um comunicado. Segundo a Pasta, o Tesouro russo dispõe de um “montante importante de fundos disponíveis temporariamente”, de 4,5 trilhões de rublos [equivalente a R$ 287,4 bilhões] frente aos 2,2 trilhões de rublos [R$ 140,5 bilhões] que se espera arrecadar no mercado em 2022. “Isso permite um enfoque flexível no calendário de colocação de títulos”.

Na última terça-feira, 22, o presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou um primeiro pacote de sanções contra a Rússia, em resposta ao que nomeou como “início da invasão russa à Ucrânia”. “Estamos implementando sanções de bloqueio abrangentes contra as duas principais instituições financeiras da Rússia, o VEB [um dos maiores bancos de investimento e desenvolvimento] e seu banco militar”, disse Biden. Os EUA também devem implementar sanções abrangentes sobre a dívida soberana russa: “Isso significa que cortamos o financiamento ocidental para o governo russo“, afirmou o presidente americano. A medida foi resposta à formalização do reconhecimento da independência das repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, e a autorização do envio de tropas para Donbas. Canadá, União Europeia, Austrália e Japão também impuseram ou anunciaram as primeiras sanções contra Moscou, como resposta as últimas ações russas.


Fonte: Jovem Pan

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