A 93ª cerimônia do Oscar será realizada neste domingo, 25, a partir das 21h (horário de Brasília). Neste ano, afetado pela pandemia da Covid-19, oito produções disputam o prêmio mais disputado da noite (de melhor filme). São elas: “Mank”, “Nomadland”, “Bela Vingança”, “Minari – Em Busca da Felicidade”, “Os Sete de Chicago”, “O Som do Silêncio”, “Judas e o Messias Negro” e “Meu Pai”. Com base nas premiações anteriores, como o Globo de Ouro e o Bafta (o Oscar da Academia Britânica de Cinema), “Nomadland” desponta como o favorito. A cerimônia será transmitida pela Globo e TNT. Além disso, diversos canais do Youtube, como Omelete e Dalenogare Críticas, farão transmissões ao vivo comentando a premiação. Mais uma vez, a cerimônia não terá um apresentador fixo. Diversas estrelas do cinema foram chamadas para anunciar os vencedores das categorias, dentre elas Harrison Ford, Bong Joon Ho, Angela Basset, Laura Dern e Zendaya.
Há a expectativa de que os prêmios sejam bem divididos entre as produções. “Nomadland” deverá sair com quatro estatuetas: melhor filme, melhor direção, melhor roteiro adaptado e melhor fotografia. Nas categorias de atuação, Chadwick Boseman (“A Voz Suprema do Blues“) desponta como favorito entre os homens. Já para a disputa de melhor atriz existe uma indefinição, com briga aberta entre as cinco concorrentes: Carey Mulligan (“Bela Vingança”), Frances McDormand (“Nomadland”), Vanessa Kirby (“Pieces Of A Woman”), Viola Davis (“A Voz Suprema do Blues”) e Andra Day (“Estados Unidos vs. Billie Holiday”). Para o Oscar de melhor animação e o de melhor trilha sonora, “Soul” desponta como favorito. Preparamos um guia com as principais informações de cada um dos oito concorrentes ao prêmio principal da noite e a lista completa de indicados.
“Mank”
- Diretor: David Fincher
- Elenco: Gary Oldman, Amanda Seyfried, Lily Collins, Arliss Howard, Tom Pelphrey e Tom Burke
- Onde assistir: Netflix
- Indicações: Melhor filme, melhor direção, melhor ator, melhor atriz coadjuvante, melhor design de produção, melhor figurino, melhor fotografia, melhor maquiagem e cabelo, melhor som e melhor trilha sonora
Filme com mais indicações nesta noite (10), “Mank” conta a história de Herman J. Mankiewicz e o desenvolvimento do roteiro de “Cidadão Kane”, considerado um dos maiores clássicos do cinema. O filme foi produzido pela Netflix com base no roteiro escrito por Jack Fincher, pai do diretor David, na década de 90. O longa chama atenção pelo alto trabalho técnico de recriação da Hollywood da década de 30. Entretanto, apesar de tantas indicações, deve ficar apenas com o prêmio de melhor design de produção, no qual desponta como favorito da temporada.
“Nomadland”
- Diretora: Chloé Zhao
- Elenco: Frances McDormand, David Strathairn
- Onde assistir: Estreia nos cinemas no próximo dia 29
- Indicações: Melhor Filme, melhor direção, melhor atriz, melhor roteiro adaptado, melhor fotografia e melhor edição
Baseado no livro Nomadland: Surviving America in the Twenty-First Century, o longa se firmou como o grande favorito ao Oscar de melhor filme. Além de vencer os prêmios da crítica, foi o escolhido para levar o Globo de Ouro e o Bafta. “Nomadland” também é favorito nas categorias de direção e roteiro, que devem reconhecer o grande trabalho de Chloé Zhao, além de fotografia. Nas categorias de melhor atriz e melhor edição, a situação é mais complicada. Caso as vitórias aconteçam, praticamente assegurarão a vitória do filme na principal premiaçã da noite.
“Bela Vingança”
- Diretora: Emerald Fennell
- Elenco: Carey Mulligan, Bo Burnham, Alison Brie, Clancy Brown, Jennifer Coolidge e Chris Lowell
- Onde assistir: Estreia nos cinemas em maio
- Indicações: Melhor filme, melhor direção, melhor atriz, melhor roteiro original e melhor edição
Misturando elementos da comédia e do terror, “Bela Vingança” foi uma das surpresas da temporada. Muito do sucesso do filme se deve à atuação de Carey Mulligan, uma das principais candidatas ao prêmio de melhor atriz. O roteiro de Emerald Fennell também deverá ser reconhecido. Apesar de ter dividido opiniões, o longa é uma das principais apostas de surpresa na temporada, com razoável chance de tirar de “Nomadland” o prêmio principal do Oscar 2021.
“Minari – Em Busca da Felicidade”
- Direção: Lee Isaac Chung
- Elenco: Steven Yeun, Han Ye-ri, Alan Kim, Noel Kate Cho e Youn Yuh-jung
- Onde assistir: em cartaz nos cinemas
- Indicações: Melhor Filme, melhor direção, melhor ator, melhor atriz coadjuvante, melhor roteiro original e melhor trilha sonora
Adotando um tom quase autobiográfico, Lee Isaac Chung apresenta um trabalho que aborda temas pesados de maneira sutil e leve. O longa ganha muito quando explora os personagens de Steven Yeun, Alan Kim e Youn Yuh-jung, que deverá levar o prêmio de melhor atriz coadjuvante. Uma vitória na categoria principal é difícil, mas “Minari – Em Busca da Felicidade” nutre a esperança de se beneficiar de uma eventual divisão de votos entre “Nomadland” e “Bela Vingança”.
“Os Sete de Chicago”
- Diretor: Aaron Sorkin
- Elenco: Eddie Redmayne, Sacha Baron Cohen, Joseph-Gordon Levitt, Mark Rylance, Jeremy Strong, Yaya Abdul-Mateen II, Frank Langella e Michael Keaton
- Onde assistir: Netflix
- Indicações: Melhor filme, melhor ator coadjuvante, melhor roteiro original, melhor edição, melhor fotografia e melhor canção original
Produzido pela Netflix, o longa conta a história de um dos principais julgamentos da história dos Estados Unidos. A importância do tema e a relação do julgamento, ocorrido na década de 70, com o atual momento do país dá um peso maior ao filme de Aaron Sorkin. Isso, aliado à vitória no prêmio principal do Sindicato de Atores (melhor elenco), alavanca a campanha de “Os Sete de Chicago”, que tenta desbancar “Nomadland” e levar o prêmio de melhor filme. Sacha Baron Cohen pode surpreender e levar a estatueta de ator coadjuvante. O filme é favorito ao prêmio de melhor edição, no qual trava disputa com “O Som do Silêncio”.
“O Som do Silêncio”
- Diretor: Darius Marder
- Elenco: Riz Ahmed, Paul Raci, Olivia Cooke e Lauren Ridloff
- Onde assistir: Amazon Prime Video
- Indicçaões: Melhor filme, melhor ator, melhor ator coadjuvante, melhor roteiro original, melhor edição e melhor som
Em seu trabalho de estreia, Marder entrega um longa que, logo nos primeiros minutos, subverte as expectativas. O filme é favorito aos prêmios de som e edição, que ajudam a manter o espectador tenso, colocando-o na pele do protagonista. Na categoria de melhor edição, o longa briga diretamente contra “Os Sete de Chicago”, que foi premiado em outras cerimônias. Também existe uma pequena chance de Riz Ahmed conquistar o prêmio de melhor ator. Mesmo com esse reconhecimento, as possibilidades de vitórias na categoria principal são menores.
“Judas e o Messias Negro”
- Diretor: Shaka King
- Elenco: Lakeith Stanfield, Daniel Kaluuya, Dominique Fishback, Jesse Plemons e Martin Sheen
- Onde assistir: em cartaz nos cinemas
- Indicações: Melhor filme, melhor ator coadjuvante (duas indicações), melhor roteiro original, melhor fotografia e melhor canção original
Contando a história de Fred Hamptom, líder do partido dos Panteras Negras, “Judas e o Messias Negro” foi uma surpresa na categoria de melhor filme, uma vez que ficou de fora de outras premiações. O longa é favorito na categoria de melhor ator coadjuvante, na qual Daniel Kaluuya deverá levar seu primeiro Oscar. Também tem chances na categoria de melhor canção original, mas provavelmente correrá por fora nos outros prêmios para os quais foi indicado.
“Meu Pai”
- Diretor: Florian Zeller
- Elenco: Anthony Hopkins, Olivia Colman, Imogen Poots e Mark Gattiss
- Onde assistir: Disponível para aluguel no YouTube, AppleTV+, Now e Google Play
- Indicações: Melhor filme, melhor ator, melhor atriz coadjuvante, melhor roteiro adaptado, melhor edição e melhor design de produção
Adaptado de uma peça de teatro escrita pelo próprio diretor Florian Zeller, “Meu Pai” surpreendeu ao ser reconhecido em tantas categorias. Mesmo com um bom número de indicações, o filme não surge como favorito em nenhuma, tendo sua melhor chance em roteiro adaptado, na qual disputa a estatueta com “Nomadland”. Anthony Hopkins também corre por fora e pode levar o prêmio de melhor ator. Apesar de contar com o apoio da ala britânica da Academia, uma vitória de “Meu Pai” no prêmio de melhor filme parece improvável. Até mesmo no próprio Bafta o longa foi preterido.
Fonte: Jovem Pan