A grande final do Campeonato Paulista entre São Paulo e Palmeiras, marcada para as 16 horas deste domingo, 23, no estádio do Morumbi, coroa o trabalho de dois técnicos estrangeiros. Em um início de temporada completamente atípico, o argentino Hernán Crespo e o português Abel Ferreira reclamaram do calendário apertado e das desgastantes maratonas de jogos, mas conseguiram levar os seus times ao grande momento da competição. Apesar do pouco tempo de trabalho em solo brasileiro — ambos disputam o Estadual pela primeira vez —, a dupla demonstrou habilidade para manejar seus elencos, mantendo resultados positivos e atingindo algo inédito: a primeira final entre treinadores gringos do Paulistão. Um dos dois irá levantar a tradicional taça entregue pela Federação Paulista de Futebol (FPF), algo que não acontece há 46 anos, quando o argentino José Poy levou o Tricolor ao título diante da Portuguesa, na edição do torneio de 1975.
O feito, entretanto, provavelmente não seria atingido se São Paulo e Palmeiras não fizessem um exímio trabalho nas categorias de base. Mesmo encarando uma fila de títulos de mais de oitos anos, o Tricolor não parou de revelar jovens talentos, usufruindo e vendendo para o mercado europeu atletas como Casemiro, Lucas Moura, Éder Militão, David Neres, Antony e tantos outros nas últimas temporada. Desta vez, o “Bonde de Cotia” tem Luan, Igor Liziero, Rodrigo Nestor, Gabriel Sara e Igor Gomes como principais destaques da nova safra. Ao lado de consagrados jogadores, como Daniel Alves e Miranda, eles brilharam no Paulistão e voltaram a fazer o são-paulino sonhar em comemorar um titulo após longo jejum. Os dois primeiros, inclusive, são titulares incontestáveis na equipe de Crespo.
Do outro lado, a trupe de Abel Ferreira voltou a corresponder e segue dando alegria aos palmeirenses. Se Gabriel Menino, Patrick de Paula e Danilo foram fundamentais na conquista da tríplice coroa na temporada passada, mais jovens tiveram oportunidades no Paulistão 2021 e não decepcionaram. O promissor zagueiro Renan, por exemplo, é prova disso. Em meio a tantos atletas renomados, ele se tornou titular na nova formação do time, com três defensores. Além do beque, Lucas Esteves, Pedro Bicalho, Henri e outros meninos ganharam chances, levando o Alviverde aos matas-matas do torneio e, consequentemente, a sonhar com bicampeonato estadual, algo que não acontece desde as temporadas 1993 e 1994. Na segunda decisão, no Morumbi, quem vencer ficará com o título. Uma nova igualdade levará a partida para as penalidades.
Fonte: Jovem Pan