Líder do Podemos no Senado, o senador Alvaro Dias (PR) afirmou, nesta quarta-feira, 17, que o partido irá obstruir os trabalhos da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) se o colegiado não realizar a sabatina do ex-advogado-geral da União André Mendonça, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF). O nome “terrivelmente evangélico” foi escolhido no dia 13 de julho e está há mais de quatro meses na gaveta do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), a quem cabe escolher a data para a realização da sessão.
“Se esta sabatina não se realizar, certamente nesta Casa não haverá espaço para deliberar sobre matéria alguma. Se não deliberarmos sobre esta matéria no prazo estabelecido, não há razão para deliberar sobre matéria alguma. Nós teremos que obstruir os trabalho da Casa, se não houver essa deliberação. Isso é uma questão de honra para todos nós e para a instituição que nós representamos”, disse Dias. No início de sua manifestação, o senador disse que foi “informado de que o presidente Rodrigo Pacheco assegura que no dia 30 [de novembro] nós teremos a sabatina do doutor André Mendonça”.
A sessão desta quarta foi marcada por uma série de críticas dos senadores da CCJ a Davi Alcolumbre. Alvaro Dias, por exemplo, disse que o parlamentar amapaense ganhou “a medalha de ouro na olimpíada do desrespeito a esta instituição e ao povo brasileiro”. Outro integrante do Podemos, o senador Lasier Martins endossou a posição do líder da sigla. “Não temos condição de seguir normalmente uma ordem do dia se há uma questão mais relevante, que é a desordem que estamos vivendo na CCJ”, afirmou. “A CCJ precisa funcionar e não está funcionando. O Alcolumbre não comparece, ele não trabalha. Ele não pauta as matérias relevantes. Não podemos continuar com esta desordem”, acrescentou.
Fonte: Jovem Pan