A CPI da Covid-19 no Senado Federal inicia mais uma semana de trabalhos. A expectativa é que colegiado receba o ex-secretário de saúde do Amazonas, o empresário Carlos Wizard e o ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, para oitivas. No entanto, há dúvidas quanto ao comparecimento dos depoentes à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), já que a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu autorização ao governador do Amazonas, Wilson Lima, para que o político não prestasse depoimento aos senadores. Com isso, parlamentares temem que a decisão seja repetida para outros líderes estaduais. Para o senador Eduardo Girão (PODE), a expectativa é que a determinação tenha sido “um fato isolado”. “A gente não pode esquecer que o STF foi que mandou o Senado abrir a CPI. Não pode simplesmente boicotar o trabalho que a gente está fazendo. O novo objetivo, pelo menos de uma parte da comissão, é ver toda a verdade. Investigar o governo federal, mas também os Estados e municípios, porque eles receberam bilhões para enfrentar a pandemia. Essas verbas federais, escândalos não faltaram”, pontuou o parlamentar nesta segunda-feira, 14, em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan. Para Girão, a CPI da Covid-19 é o primeiro colegiado que “não quer olhar a corrupção”, o que contribui para a perda de credibilidade dos trabalhos. “Tudo parou por causa dessa CPI. Então se tem CPI, vamos investigar tudo”, defendeu.
Sobre a ausência do governador do Amazonas, Eduardo Girão pontuou que a situação acabou atrapalhando os trabalhos do colegiado e disse esperar que outros governadores e prefeitos compareçam às oitivas. Para ele, o “grande ponto da semana” acontece nesta terça-feira, quando o colegiado deve votar a convocação de Carlos Gabas, diretor do Consórcio Nordeste. “Teve escândalo de comprar 300 respiradores da indústria da maconha. Não me pergunte o tem a ver a droga com a Covid-19 e respirador. Esses respiradores foram compradores com quase R$ 50 milhões do povo e nunca chegaram”, ressaltou. Da mesma forma, o senador defendeu a necessidade da CPI da Covid-19 também ouvir especialistas e cientistas favoráveis ao tratamento precoce contra o coronavírus, alegando que 14 mil médicos defendem o uso dos medicamentos. “Estamos em uma guerra, em uma guerra precisamos de vacinas, precisamos do uso de máscara sim, distanciamento físico e também álcool gel. Por que não o tratamento precoce com recomendação médica?”, questionou. Eduardo Girão também considera que ainda é “cedo” para falar se houve falhas na compra de vacinas pelo governo federal e afirmou que a pandemia vai deixar uma “lição do ponto de vista espiritual”, mostrando a necessidade de “dar valor ao que mais importa na vida”.
Fonte: Jovem Pan