Enquanto o Talibã expande o domínio no Afeganistão, os relatos de repressão, principalmente às mulheres, se multiplicam. Desta vez, o grupo extremista é acusado de matar um policial grávida, no fim de semana. Segundo agências internacionais de notícias, testemunhas disseram que três homens armados invadiram a casa de Negar Masoomi, na província de Ghor, no centro do país, onde ela foi espancada e assassinada na frente da família. Ela trabalhava em uma prisão e estava grávida de oito meses. O Talibã nega o envolvimento no crime e afirma que iniciou uma investigação sobre o caso. Apesar dos discursos moderados desde que retomou o poder, no mês passado, o grupo tem sinalizado que as mulheres deveriam deixar seus locais de trabalho e ficar em casa.
No último sábado, 4, um protesto de mulheres afegãs por igualdade de direitos e participação no governo, na capital Cabul, foi reprimido com violência por soldados do Talibã. Segundo informações divulgadas pelo The New York Times, várias mulheres disseram que foram espancadas por combatentes. Uma delas, de 24 anos, contou que os extremistas usaram gás lacrimogêneo, sprays, tacos, ferramentas de metal e coronhadas para dispersar o grupo de cerca de 100 manifestantes. Em entrevista por telefone, ela disse que recebeu cinco pontos na cabeça por causa de um ferimento causado por um golpe que a deixou inconsciente. “Quando tentei resistir e continuar a marcha, um dos talibãs armados me empurrou e me atingiu com um dispositivo de metal afiado”, relatou ao jornal americano.
Nesta segunda-feira, 6, o grupo anunciou a tomada da última área de resistência do Afeganistão, a província de Panjshir, no norte do país. Era a única das 34 províncias do Afeganistão que não estava sob o controle do grupo extremista. Em vídeo postado nas redes sociais, representantes do Talibã aparecem em frente ao palácio do governador em Panjshir. Em outra gravação, eles aparecem hasteando a bandeira do grupo na capital da província. “A província de Panjshir, que era o último ninho remanescente do inimigo em fuga, foi limpa esta manhã e na noite passada”, disse o porta-voz do grupo, Zabihullah Mujahid, segundo agências internacionais. A informação, no entanto, foi negada pela Frente Nacional de Resistência, grupo opositor que domina Panjshir. “Asseguramos ao povo do Afeganistão que a luta contra o Talibã e seus parceiros continuará até que a justiça e a liberdade prevaleçam”, afirmou o grupo.
Fonte: Jovem Pan