Técnico que agrediu árbitra no Espírito Santo é suspenso por 30 dias; Flavio Prado e Mauro Cezar defendem banimento

Assistente levou cabeçada de técnico durante intervalo do Campeonato Capixaba

A violência contra mulher é vista em todos os ambientes da sociedade e, infelizmente, o futebol não fica de fora. Neste domingo, 10, a assistente de arbitragem Marcielly Netto foi agredida pelo técnico do Desportiva Ferroviária, Rafael Soriano. No intervalo da partida do Campeonato Capixaba, contra o Nova Venécia, o treinador foi reclamar de um lance e deu uma cabeçada em Marcielly. Soriano foi expulso depois da agressão e deixou o campo reclamando. Apesar de ter imagens provando a violência, o treinador afirmou que Marcielly “está querendo se aproveitar de uma situação porque é mulher” e precisaria provar a agressão, senão seria processada (imagens abaixo). A Desportiva se pronunciou sobre o caso e informou que o treinador foi demitido. “Repudiamos toda e qualquer forma de violência, seja física, moral ou emocional, principalmente contra mulheres, e nos solidarizamos com a assistente de arbitragem Marcielly Netto, nos colocando à disposição para aquilo que for necessário”, escreveu o clube. Quem também emitiu nota de repúdio foi a Federação de Futebol do Estado do Espírito Santo (FES), que prometeu dar todo o suporte para a árbitra. O Tribunal de Justiça Desportiva do Espírito Santo (TJD-ES) suspendeu preventivamente o treinador do Desportiva por 30 dias devido ao ocorrido.

“É um caso para ser banido”, defendeu Flavio Prado, comentarista da Jovem Pan. “Lembra o caso do árbitro que foi chutado. Não pode resolver a coisa desse jeito. Sendo uma moça, piora”, completou. Mauro Cezar concordou com Flavio sobre Soriano ser alijado do esporte para o resto da vida. “Não vejo outra saída. Vai fazer o quê? Daqui a 180 dias ele ficou calminho e não vai agredir mais ninguém?”, questionou. Durante o programa Central do Apito, do SporTV, a comentarista de arbitragem Fernanda Colombo se emocionou ao comentar o caso. “Em 2014 eu fui acusada de me promover por ser mulher e pensei que as coisas iriam mudar, e as coisas não mudaram. De 2014 até 2022 nada mudou, é algo que mexe muito comigo e com todas as mulheres. Estou nervosa e peço desculpas. Queria dar um cartão vermelho e prestar solidariedade a Marcielly porque é uma situação muito difícil para nós mulheres, não tenho mais o que falar”, disse, com a voz embargada.


Fonte: Jovem Pan

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