Variantes do coronavírus não impactam produção de vacinas, diz presidente da Fiocruz

A expectativa é que as duas milhões de doses prontas cheguem nesta terça-feira ao Rio de Janeiro

O surgimento de novas variantes do coronavírus não deve impactar no cronograma de produção de imunizantes contra a Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A afirmação foi feita pela presidente da instituição, Nísia Trindade, em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, nesta terça-feira, 23. Segundo ela, estudos iniciais apontam que as novas cepas não colocam em risco a eficácia da vacina de Oxford, produzida em conjunto com a farmacêutica AstraZeneca e distribuída, atualmente, no país. “As variantes não trazem impacto para o nosso cronograma de produção ou de vacina. Já temos avaliações em relação à eficácia da vacina diante das variantes, a variante do Reino Unido já foi comprovado que não houve nenhum impacto na redução da eficácia da vacina, no caso da África do Sul, é importante verificar, e não há uma avaliação completa disso, principalmente a eficácia em casos graves e hospitalizações. Estamos fazendo todo trabalho de sequenciamento de genomas no Brasil do vírus para ter um quadro dessas variantes no país e investigar o possível impacto.”

A preocupação pelas possíveis consequências das novas mutações acontece em um momento em que a cepa brasileira, descoberta em Manaus, avança por estados brasileiros e, com característica de maior transmissibilidade, impulsiona o aumento de casos e internações pela Covid-19. Ao todo, ao menos 200 casos de pacientes contaminados pela variante já foram notificados no país. Segundo Nísia Trindade, no entanto, o surgimento de outras mutações pode ser impulsionado pela baixa taxa de imunização no país. “Quanto mais o vírus circular, mais possibilidade de variantes surgirem. Esse tem que ser o grande esforço nacional, de todos os países. Precisamos todos nos protegermos para que a proteção coletiva aconteça”, afirmou. Contribuindo para acelerar a vacinação no país, a Fiocruz recebe nesta terça-feira mais 2 milhões de doses da vacina de Oxford contra a Covid-19, produzidas no Instituto Serum, na Índia. A proposta é que os imunizantes sejam distribuídos pelo Ministério da Saúde aos estados brasileiros.


Fonte: Jovem Pan

Comentários