A morte de 400 mil pessoas devido à pandemia do novo coronavírus e as ameaças de protestos violentos após a invasão ao Capitólio forçaram mudanças na cerimônia de posse do presidente dos Estados Unidos. Conhecido como “Dia da Inauguração”, o evento acontece no dia 20 de janeiro, ao meio-dia (horário local, 14h de Brasília), em frente ao mesmo edifício que foi violado por apoiadores de Donald Trump no início do mês. Apesar de ter mantido a data e o local tradicionais para o seu juramento e convidado artistas famosos como Lady Gaga e Jennifer Lopez para se apresentarem, Joe Biden não será recebido por uma multidão de centenas de milhares de pessoas e tampouco pelo atual presidente do país.
Nesta quarta-feira, Donald e Melania Trump não comparecerão à posse dos seus sucessores, algo que não acontece no país há 152 anos. A expectativa é que o chefe de governo e a primeira-dama deixem a Casa Branca pela manhã e sigam para a sua mansão em Mar-a-Lago, na Flórida. Antes disso, Trump deve comparecer à uma cerimônia de despedida organizada por ele mesmo na Base Aérea de Andrews, com direito a tapete vermelho, saudação de tiros e guarda militar. Já Melania preferiu dizer adeus aos dias de primeira-dama publicando um vídeo. “Devemos nos concentrar em tudo o que nos une, superar o que nos divide e escolher sempre o amor em vez do ódio, a paz em vez da violência”, ela afirma durante a gravação.
Na posse de Joe e Jill Biden, Donald e Melania Trump serão simbolicamente substituídos por Barack e Michelle Obama, George e Laura Bush e Bill e Hillary Clinton. Estes, sim, compareceram à inauguração dos seus respectivos sucessores, independentemente de diferenças partidárias ou ideológicas que tivessem na época. A expectativa é que o vice-presidente Mike Pence também participe da cerimônia, que também marcará a transição de seu cargo para Kamala Harris. Já o público, que estará assistindo ao evento por meio de uma transmissão ao vivo, será representado por 200 mil bandeiras dos 50 estados que compõem o país, que foram enfileiradas ao longo do Passeio Nacional nesta terça-feira, 19.
A segurança do evento, que será supervisionada pelo Serviço Secreto e pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, também foi reforçada. “Chegaremos em números que nenhum exército ou agência policial pode igualar”, ameaçou um dos usuários da plataforma Parler, utilizada principalmente pelos cidadãos mais conservadores. No site TheDonald.Win, outro apoiador do republicano escreveu: “Round 2 em 20 de janeiro. Desta vez, sem piedade. Eu nem me importo em manter Trump no poder. Eu me importo com a guerra”. A imprensa local afirma que 20 mil membros da Guarda Nacional estarão em Washington D.C, que está sob estado de emergência desde o dia 12, para impedir qualquer tentativa de violência. Além disso, para desestimular a ida de manifestantes, o Airbnb cancelou todas as suas reservas em Washington D.C. durante essa semana. Confira o cronograma da posse de Biden:
Fonte: Jovem Pan