Carregando o título da mulher negra com mais indicações ao Oscar, sendo quatro no total, a atriz Viola Davis disse que os papéis que são oferecidos para atores negros ainda são carregados de estereótipos e julgamentos. “É tão difícil fazer filmes que não se encaixem em uma determinada caixa de como eles [da indústria] nos veem”, comentou a artista no podcast Variety’s Awards Circuit. Viola, que recentemente interpretou a cantora Ma Rainey no filme da Netflix “A Voz Suprema do Blues”, falou que a inclusão não se baseia em usar uma hashtag nas redes sociais. “É preciso escrever papéis para pessoas de cor que sejam culturalmente específicos – isso deve ser tão bem pensado quanto os papéis dos nossos colegas brancos, para chegarmos ao ponto de excelência, para que possamos ser considerados para prêmios. [Hoje] nós somos as sobras”, afirmou.
Além do recorde de indicações, a artista também fez história por ser uma atriz negra que ganhou o Oscar e depois foi indicada novamente ao prêmio mais importante do cinema mundial. Apenas a atriz Octavia Spencer também conseguiu o mesmo feito. Para Viola, isso não é um motivo de celebração. “A única razão pela qual estou batendo recordes é porque nenhuma atriz foi reconhecida antes”, declarou a atriz. “Essa ‘honra’ é uma espécie de honra limitada. O problema é com o próprio negócio cinematográfico, não com os prêmios, pois você não pode nomear ninguém para prêmios se não houver filmes sendo feitos.” A estrela da série “How to Get Away with Murder” também falou que sente frustrada por saber que ainda hoje a indústria do cinema é dominada por profissionais brancos.
Fonte: Jovem Pan