A primeira parte do depoimento de Otávio Fakhoury à CPI da Covid-19 está sendo marcado por uma série de confrontos entre o depoente e os parlamentares. Mais cedo, a sessão foi suspensa por cinco minutos após uma discussão entre os membros da cúpula do colegiado e os advogados que acompanham o empresário. Em algumas das perguntas do senador Renan Calheiros (MDB-AL), Fakhoury pediu para “contextualizar” o assunto antes de responder de maneira objetiva. A postura irritou o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM). “O senhor já está com ‘raimundagem’ para cima da gente. Responda sim ou não, mas a elegância tem limites aqui. O senhor tem o direito de ficar calado, mas não venha justificar tudo. Não vem com ‘lambe-lambe’, ‘lenga-lenga’. Não tem idiota aqui. Você é negacionista, induziu a morte de brasileiros. Acaba com esse negócio. Não quer responder, não responda, mas não vem choramingar”, disse Aziz a Fakhoury. O depoente chegou ao Senado amparado por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que lhe garantiu o direito de ficar em silêncio em perguntas que possam incriminá-lo.
Em outro momento da sessão desta quinta-feira, 30, um dos advogados de Otávio Fakhoury disse que Renan Calheiros estava acusando o depoente e tirando conclusões precipitadas. O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), suspendeu a sessão. No retorno, o representante do empresário se envolveu em nova confusão. O senador Jean Paul Prates (PT-RN), então, pediu a retirada do patrono do plenário e causou um novo bate-boca. “Presidente, tem que tirar o advogado. Não vai dar para trabalhar assim”, disse o petista. “Tem que acabar com isso daqui. Isso vai dar onde?”, questionou Marcos Rogério (DEM-RO), aliado do governo federal na comissão. A declaração do governista, que faz críticas constantes aos trabalhos do colegiado, irritou os parlamentares. “Você não respeita o seu mandato, rapaz”, afirmou Humberto Costa (PT-PE). “Vossa Excelência não respeita o Parlamento e não respeita os votos que o povo de Rondônia lhe deu”, seguiu Rogério Carvalho (PT-SE). “Se enxerga, fecha a matraca, vai se olhar no espelho”, disse Rogério a Humberto. “Se isso aqui é um circo, o senhor é o palhaço”, rebateu Randolfe Rodrigues.
Fonte: Jovem Pan