Zelensky volta a fazer apelo por conversa com Putin

Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky

Já são dois meses em que a Ucrânia vive sob vigilância e na eminência de bombardeios. Neste sábado, 23, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, reuniu a imprensa para uma coletiva em uma estação de metrô em Kiev. Em discurso, ele voltou a falar em ter um encontro direto com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, para negociar o fim do conflito. Contudo, disse que se a Rússia matar soldados ucranianos entrincheirados na siderúrgica de Mariupol vai abandonar as negociações pela paz.

Zelensky também criticou a decisão do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, de ir a Moscou na próxima semana, antes de ir a Kiev. Segundo declaração do presidente ucraniano, a guerra está na Ucrânia e não há corpos nas ruas de Moscou, seria lógico ir primeiro à Ucrânia e ver as pessoas, ver as consequências da ocupação russa. Está na agenda de Guterres discutir o aumento da assistência humanitária aos ucranianos. Neste domingo, 24, o secretário de estado norte americano, Antony Blinken, está na Ucrânia em visita. É a primeira visita oficial de membros do governo americano desde 24 de fevereiro. As conversas devem se focar na negociação para a entrega de armas por parte dos Estados Unidos.

Em entrevista à Jovem Pan, o professor da escola de comando e estado maior do Exército e doutor em ciência política pela universidade do Rio de Janeiro, Carlos Frederico de Souza, afirmou que a guerra já esteve mais próxima de um desfecho, mas que no momento a Ucrânia aguarda o fim da nova ofensiva ao sul e no leste para voltar a discutir a paz. Para o professor, ainda que a ação militar cesse, a dinâmica tensa do conflito deve se arrastar por muitos anos. “Do ponto de vista humanitário, o que a gente está vivenciando é uma absoluta catástrofe. Do ponto de vista geopolítico, a gente tem que imaginar que agora toda análise geopolítica é pós-conflito Ucrânia, ainda que ele continue a acontecer. O movimento de Putin vai modificar os cálculos de diversos países em relação a ordem mundial e em relação a questões absolutamente sensíveis na esfera global”, disse.

No último sábado, pelo menos oito pessoas morreram e 18 ficaram feridas no bombardeio russo à cidade portuária de Odessa, no sul da Ucrânia. Segundo o governo ucraniano, sete mísseis atingiram a cidade, incluindo um prédio residencial. A guerra na Ucrânia já provocou a saída de mais de cinco milhões de refugiados.

*Com informações da repórter Carolina Abelin


Fonte: Jovem Pan

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