O Prêmio Nobel de Literatura de 2021 foi entregue pela Academia Sueca nesta quinta-feira, 7, ao romancista Abdulrazak Gurnah, da Tanzânia. Ele é o quinto escritor nascido na África a ser reconhecido pela premiação e, de acordo com pronunciamento do Comitê do Nobel, exerce uma “penetração intransigente e compassiva dos efeitos do colonialismo e o destino do refugiado no abismo entre culturas e continentes”. A Academia considerou que as narrativas criadas pelo escritor são cuidadosamente construídas, instalando uma “compreensão difícil de conseguir”. Um dos livros citados pela organização como exemplo disso foi “Dottie”, um romance de 1990 que conta a história de uma mulher negra e imigrante que cresce nos anos 1950 na Inglaterra, vivendo racismo e dificuldade de se ligar às suas origens, já que a mãe não repassa para ela as histórias familiares.
O escritor nasceu em Zanzibar no ano de 1948, mas se mudou para a Inglaterra no fim de 1960 e desde então publicou dez romances, todos em inglês, mesmo que a língua nativa dele fosse o suaíli. Na vida adulta, foi professor de literatura inglesa e pós-colonial na Universidade de Kent. Gurnah não considera seus primeiros manuscritos como literatura, por considerar que os acessos quando moravam na ilha africana eram quase nulos. Para ele, sua primeira obra foi escrita aos 21 anos. Este é o primeiro Nobel da história de Zanzibar. Os vencedores africanos anteriores da categoria de Literatura da premiação foram da Nigéria, Egito e África do Sul.
Fonte: Jovem Pan