Uma estátua de bronze inaugurada no último sábado, 25, na comuna de Sapri, cidade com pouco mais de 6 mil habitantes na Itália, causou polêmica no país após uma série de ativistas considerarem a imagem de uma mulher com um vestido “sexualizada”. A escultura é uma homenagem ao poema La Spigolatrice di Sapri (O Respigador de Sapri), de 1857, que conta a história de uma respigadora (pessoa que recolhe espigas no campo) que deixou seu trabalho para se unir a uma revolução mal sucedida liderada pelo italiano Carlo Pisacane contra contra o reino de Nápoles. A imagem da mulher, com um vestido que marca o corpo, foi criticada por personalidades do país. Uma delas foi a senadora Monica Cirinnà, do Partido Democrata, da centro esquerda italiana. “Como até mesmo as instituições podem aceitar a representação de uma mulher com seu corpo sexualizado?”, questionou no Twitter.
Em posicionamento nas redes sociais, o prefeito de Sapriu, Antonio Gentile, considerou as críticas uma “falta de conhecimento da história local” e comparou os pedidos de derrubada da obra com ações tomadas por ditaduras. Ele considerou algumas das reações como “extremamente violentas, sexistas e até mesmo ofensivas à comunidade”. “Nossa comunidade sempre esteve comprometida no combate a todas as formas de violência de gênero”, afirmou. O escultor da obra, Emanuele Stifano, afirmou que estava “chocado e desanimado” com a repercussão em torno da obra. Em sua defesa, ele afirmou que sempre cobre o mínimo possível do corpo humano, independente do gênero, em todas as suas produções.
Fonte: Jovem Pan