A CPI da Covid-19 ouve, nesta quarta-feira, 16, o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel. Apesar da decisão do ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), de facultar sua presença, o ex-gestor estadual afirmou que irá comparecer. Eleito em 2018 com o apoio do presidente Jair Bolsonaro e do filho dele, o senador Flávio Bolsonaro, Witzel, hoje considerado um adversário político do Palácio do Planalto, sofreu impeachment por ter sido considerado culpado por crime de responsabilidade na gestão de contratos na área da Saúde durante a pandemia.
Segundo apurou a Jovem Pan, Witzel também será questionado sobre a aplicação de recursos repassados pela União ao Estado do Rio de Janeiro e sobre a morte de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Embora a investigação do assassinato da vereadora não esteja no escopo da comissão, o ex-governador afirma que foi perseguido pela família Bolsonaro a partir do momento em que a Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu Ronnie Lessa e Elcio Vieira de Queiroz, dois suspeitos pelo crime. Antes do depoimento de Witzel, a CPI vai analisar requerimentos de convocações e decidir sobre a reclassificação de documentos – a intenção dos parlamentares é retirar o sigilo de uma parte dos documentos enviados à comissão. Acompanhe a cobertura ao vivo da Jovem Pan:
11:11 – Witzel: ‘Não houve desvio de dinheiro nenhum durante a pandemia’
O ex-governador do Rio Wilson Witzel disse que “não houve desvio de dinheiro nenhum durante a pandemia”. Em sua fala inicial, afirmou, também, que a investigação no Estado “era direcionada para me atingir”. Witzel sofreu impeachment por ter sido considerado culpado por crime de responsabilidade na gestão de contratos na área da Saúde durante a a crise sanitária.
11:03 – Discurso de Witzel gera reação de governista: ‘Veio aqui para fazer comício?’
O senador Jorginho Mello (PL-SC) reagiu à fala inicial de Witzel à CPI da Covid-19. “Ele veio aqui para fazer comício?”, questionou o parlamentar governista. O ex-governador do Rio de Janeiro disse que estava apenas fazendo a sua defesa. Omar Aziz, presidente da comissão, garantiu a palavra ao depoente.
10:59 – ‘Governo federal criou narrativa para fragilizar governadores’, diz Witzel
Em sua exposição inicial, Wilson Witzel disse que o governo Bolsonaro “criou uma narrativa estrategicamente pensada para colocar os governos estaduais em situação de fragilidade”. “O governo federal, para poder se livrar das consequências do que viria com a pandemia, criou uma narrativa estrategicamente pensada, para colocar os governadores em situação de fragilidade. O que ficou claro é que a narrativa construída pelo governo federal foi para colocar governadores em situação de fragilidade, porque tomaram as medidas necessárias de isolamento social. No dia 13 de maço de 2020, fui o primeiro governador a decretar o isolamento social de forma contundente, para que pudéssemos controlar a pandemia no Estado do Rio de Janeiro”, acrescentou.
10:54 – Witzel: ‘Governadores ficaram totalmente desamparados’
O ex-governador do Rio de Janeiro disse que “os governadores ficaram totalmente desamparados” no combate à pandemia do novo coronavírus. “Suplicamos ao presidente para que pudéssemos encontrar soluções em conjunto. Os governadores, os prefeitos, ficaram desamparados do apoio do governo federal. Está tudo documentado”, afirmou, citando cartas e ofícios enviados pelo Fórum dos Governadores ao governo federal.
10:50 – ‘Meu compromisso sempre foi falar a verdade’, diz Witzel
O ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel afirmou que “não haverá problema em responder toda e qualquer pergunta nesta CPI”. “Meu compromisso sempre foi a falar a verdade. Não tenho medo da verdade. Estarei aqui à disposição”, acrescentou.
10:44 – Requerimento de Girão é rejeitado
O requerimento de convocação de Carlos Gabas, ex-secretário-executivo do Consórcio Nordeste, foi rejeitado por 6 votos a 4. O pedido foi apresentado e defendido sucessivamente pelo senador Eduardo Girão (Podemos-CE), aliado do Palácio do Planalto.
10:32 – Omar Aziz se irrita com fala longe de senador governista
O presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), se irritou com a postura do senador Eduardo Girão (Podemos-CE), integrante da tropa de choque governista. Girão pediu a palavra para defender a convocação de Carlos Gabas, ex-secretário-executivo do Consórcio Nordeste. Segundo o parlamentar, ele possui provas de que o órgão recebeu verbas federais. “Apontam-se diversos indícios de irregularidade nessa aquisição [de respiradores pulmonares]”, disse. Aziz reagiu: “Aqueles senadores que trazem um catatau pra ler o que as assessorias escrevem, isso acabou”. O presidente do colegiado já havia se manifestado ontem contra exposições longas e sem objetividade.
10:20 – Senadores aprovam quebra de sigilo de Carlos Wizard
Entre os requerimentos aprovados há pouco estão os que pedem a quebra de sigilo bancário e fiscal de Carlos Wizard, apontado como membro do chamado “gabinete paralelo” de assessoramento ao presidente Jair Bolsonaro. O empresário é aguardado para depor nesta quinta-feira, 17, mas não confirmou sua presença. Segundo a sua defesa, ele está nos Estados Unidos desde o fim do mês de março. Caso não compareça, a CPI da Covid-19 deve recorrer ao pedido de condução coercitiva.
10:06 – CPI da Covid-19 aprova reclassificação de sigilo de documentos
Por 7 votos a 4, a CPI da Covid-19 aprovou a reclassificação de sigilo de documentos enviados à comissão. Foram contra os senadores Ciro Nogueira (PP-PI), Marcos Rogério (DEM-RO), Jorginho Mello (PL-SC) e Luis Carlos Heinze (PP-RS).
09:58 – Governistas pedem manutenção de sigilo de documentos da Saúde e das Relações Exteriores
Os senadores governistas Marcos Rogério (DEM-RO) e Ciro Nogueira (PP-PI) pedem que não seja levantado o sigilo de documentos enviados à CPI da Covid-19 pelos ministérios da Saúde e das Relações Exteriores. Eles argumentam que há informações que envolvem não apenas o Brasil, mas, também, outros países. O presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), citou um documento sigiloso, revelado inicialmente pela TV Globo, no qual o embaixador do Brasil em Washington, Nestor Forster, comemorou em maio de 2020 a doação de dois milhões de comprimidos de hidroxicloroquina ao Brasil pelo governo dos EUA.
09:42 – Sessão é aberta
Omar Aziz (PSD-AM) abre os trabalhos desta quarta-feira, 16. Antes do depoimento do ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel, os senadores vão analisar requerimentos de convocação e de quebras de sigilo. Os membros da comissão também devem retirar o sigilo de parte dos documentos enviados à comissão.