AO VIVO: ‘Fatos apresentados me deixaram aterrorizada’, diz advogada de médicos da Prevent à CPI; siga

Dossiê: Caso Prevent Senior chegou aos senadores há aproximadamente um mês

A CPI da Covid-19 ouve, nesta terça-feira, 28, a advogada Bruna Morato, que representa os médicos e ex-médicos da Prevent Senior. Em um dossiê enviado à comissão, ao qual a Jovem Pan teve acesso, os profissionais acusam a operadora de saúde de utilizar “cobaias humanas” para testar medicamentos comprovadamente ineficazes do chamado “kit-Covid”, ocultar mortes de pessoas que foram submetidas a este tipo de procedimento e orientar os profissionais a não avisarem os pacientes que estariam recebendo estes fármacos. Os parlamentares também querem esclarecer as denúncias de que a empresa fraudou atestados de óbitos para omitir mortes causadas por complicações da doença.

A oitiva de Bruna Morato será um contraponto à versão apresentada aos senadores pelo diretor-executivo da Prevent, Pedro Batista Júnior. Ouvido na última quarta-feira, 22, ele responsabilizou os médicos pela prescrição dos medicamentos ineficazes. No entanto, mensagens em posse dos integrantes da CPI indicam que havia uma orientação da cúpula da empresa. “Pessoal, boa noite. Bom plantão a todos e enfatizo a importância da prescrição da flutamida 250mg para todos os pacientes que internarem. Estamos muito animados com a melhora dos pacientes. Obrigado a todos”, escreveu o médico cardiologista Rodrigo Esper, da Prevent, em um grupo de WhatsApp. O fármaco, utilizado para o tratamento de câncer avançado de próstata, é contraindicado para o uso em mulheres. Os senadores dizem ter provas de que a Prevent Senior atuou para criar uma falsa imagem de que o “kit-Covid” funcionava. Apesar disso, os membros da CPI esperam que a advogada dos médicos e ex-médicos traga novos documentos e relatos sobre a pressão à qual os profissionais de saúde eram submetidos. Acompanhe a cobertura ao vivo da Jovem Pan: 

13:37 – Depoimento é suspenso 

Oitiva de Bruna Morato será retomada às 14h15, anunciou o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

13:34 – ‘Depoimento é devastador e demolidor’, diz senador 

O senador Humberto Costa (PT-PE) disse que o depoimento da advogada Bruna Morato é “devastador” e “demolidor”. “Vossa senhoria está fazendo um bem ao Brasil e à saúde pública desse país. A senhora e os médicos que a escolheram como patrona desta causa. Eu tenho esperança e certeza de que nós não vamos deixar isso impune”, disse o petista. Membro titular da CPI da Covid-19, Costa recebeu o dossiê elaborado pelos 12 médicos e ex-médicos da Prevent Senior.

13:22 – Advogada diz que depois de três semanas de UTI, código da Covid-19 era alterado 

A advogada Bruna Barreto afirmou que a Prevent Senior alterava o código de doença da Covid-19, o CID (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde), após três semanas de internação na UTI. A declaração confirma o que já havia sido dito pelo diretor-executivo da empresa, Pedro Batista Júnior, que depôs à CPI na última semana. “Todos os pacientes com suspeita ou confirmados de Covid, na necessidade de isolamento, quando entravam no hospital, precisavam receber o B34.2, que é o CID de Covid. Após 14 dias — ou 21 dias, para quem estava em UTI —, se esses pacientes já tinham passado dessa data, o CID poderia já ser modificado, porque eles não representavam mais risco para a população do hospital”, disse Júnior. Os parlamentares voltaram a dizer que a operadora de saúde promoveu uma “fraude”.

13:00 – Mãe de Luciano Hang usou medicamentos comprovadamente ineficazes, afirma advogada

A advogada Bruna Barreto também disse que Regina Hang, mãe do empresário bolsonarista Luciano Hang, dono da rede de lojas Hava, foi submetida ao uso do “kit-Covid”. “Segundo consta no prontuário, ela fez uso do tratamento preventivo. A prescrição é que ela recebeu previamente os medicamentos”, afirmou. “A evolução do prontuário mostra que ela foi internada por Covid e todas as doenças que ela teve em decorrência foram registradas”, acrescentou. De acordo com Morato, o atestado de óbito de Regina foi manipulado, porque foi omitida a menção ao coronavírus como doença inicial. “A declaração de óbito e a certidão e óbito possuem a mesma informação. Contudo, destoam da orientação do Ministério da Saúde que deveria ter Covid-19 como doença inicial”, explicou.

12:43 – Anthony Wong foi submetido a tratamento com ‘kit-Covid’, diz advogada 

A advogada Bruna Morato afirmou que o toxicologista Anthony Wong foi submetido ao protocolo de uso do chamado “kit-Covid”. De acordo com a depoente, entre novembro e janeiro, período de internação, ele recebeu remédios comprovadamente ineficazes para o tratamento da doença. Ainda segundo a representante dos médicos da Prevent Senior, Wong, infectado, ficou internado em uma ala destinada a pacientes cardíacos.

12:31 – Marcos Rogério diz que médicos da Prevent deveriam estar na CPI e irrita senadores

O senador Marcos Rogério (DEM-RO), aliado do governo federal, disse que a CPI deveria receber os médicos que elaboraram o dossiê e não a advogada Bruna Morato. “Me parece estar sendo arrastada para a CPI uma disputa trabalhista. É um desvio de finalidade do papel da CPI”, afirmou. O vice-presidente, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), reagiu: “Disputa trabalhista? O que temos aqui é o depoimento de uma chacina. Olha o nível do governo: acha disputa trabalhista na morte de pessoas”. “Senador Marcos Rogério, eu defendo meus clientes, por isso estou aqui”, emendou a depoente. “Aqui não tem espaço para a defesa de clientes. Os médicos nao vieram por quê? Agora temos a figura da testemunha por procuração”, retrucou o governista. “O senador Marcos Rogério faltou à aula de processo penal. Existem as testemunhas direta e indireta. O senhor faltou à aula de processo penal”, ironizou Fabiano Contarato (Rede-ES), que é delegado de Polícia Civil. Respondendo a Rogério, a advogada afirmou: “Essa descompsotura que o senhor tem na tentativa de desquliaficar a denúncia só mostra que vocês não têm condição técnica para tentar contestar os fatos”.

12:09 – Advogada: ‘É muito mais barato distribuir remédios do que internar pacientes’

A advogada Bruna Morato afirmou que o protocolo para a disseminação do “tratamento precoce” vem da direção da Prevent Senior. “As mensagens encaminhadas à CPI mostram que a Prevent Senior não tinha a quantidade de leitos necessárias de UTI. Por isso, orientava que fosse feito o tratamento precoce”, disse. “É muito mais barato distribuir remédios do que internar pacientes”, seguiu. Este é um dos componentes do dossiê enviado por 12 médicos e ex-médicos à CPI, ao qual a Jovem Pan teve acesso. Diante da afirmação da depoente, a cúpula da comissão reagiu ao fato de a secretária do Ministério da Saúde Mayra Pinheiro, a “capitã cloroquina”, não ter sido exonerada do cargo. “Ela levou para Manaus o protocolo Prevent Senior”, afirmou o vice-presidente do colegiado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

12:02 – ‘Pacientes não sabiam que seriam feitos de cobaias’, diz advogada

A advogada Bruna Morato também afirmou que os pacientes não sabiam que seriam feitos de “cobaias”. “O médico falava para o paciente idoso que tinha um tratamento bom e que ia começar”. Diziam: ‘Se você quiser participar desse tratamento, precisa do ok’. Mas eles não sabiam que seriam feitos de cobaia”, relatou. De acordo com a representante dos 12 médicos e ex-médicos que elaboraram o dossiê contra a Prevent Senior, a ordem para a testagem da hidroxicloroquina veio de Pedro Batista Júnior, diretor-executivo da empresa. “A ordem vem do doutor Pedro Batista, na condição de diretor-executivo, com protocolo assinado por uma série de médicos”, diz.

11:55 – Bruna Morato: Médicos contrários ao tratamento precoce eram demitidos

A advogada que representa os médicos que denunciaram a Prevent Senior afirmou que os profissionais que não entregavam o “kit-Covid”, comprovadamente ineficaz para o tratamento da doença, eram demitidos. “Os plantonistas entregavam o kit e falavam para os pacientes: ‘Se eu não te entregar, eu posso ser demitido’. Os médicos até recomendavam as vitaminas, mas os outros medicamentos, além de não terem eficácia, eles são muito perigosos para aquele público”, disse. “O hospital não detalhava [os riscos aos quais pacientes estavam submetidos]”, acrescentou.

11:34 – ‘Disseminação do kit-Covid era parte de um plano com Ministério da Economia’, diz advogada 

A advogada Bruna Morato afirmou que, em 2020, a direção-executiva da Prevent Senior procurou o então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, a fim de costurar um “pacto de não agressão” à empresa. À época, Mandetta criticava a operadora de saúde por um surto de infecções e mortes que ocorreram em um hospital da rede. “Ele não deu essa abertura”, disse a representante dos médicos da Prevent. “Segundo informações [repassadas pelos meus clientes], o Pedro Batista Júnior [diretor-executivo] foi informado de que existia um conjunto de médicos assessorando o governo federal que tinha conexão com as ideias defendidas pelo Ministério da Economia. Existia um plano para que as pessoas pudessem sair às ruas sem medo”, relatou a depoente. De acordo com Bruna Morato, compunham esse grupo os médicos Anthony Wong e Nise Yamaguchi, além do virologista Paolo Zanotto, apontados como membros do gabinete paralelo de assessoramento do presidente Jair Bolsonaro. “Havia um alinhamento ideológico porque diziam que a economia não podia parar. Eles tinham que conceder esperança para que as pessoas pudessem sair às ruas. E essa esperança tinha nome: hidroxicloroquina”, acrescentou Morato.

11:30 – Bruna Morato: Pesquisa com remédios ineficazes ‘foi só a ponta do iceberg’

A advogada Bruna Morato afirmou há pouco que a pesquisa feita pela Prevent Senior com remédios comprovadamente ineficazes “foi só a ponta do iceberg”. A CPI da Covid-19 investiga se houve fraude em atestados de óbitos e omissão de mortes de pacientes que foram submetidos ao “tratamento precoce”.

11:20 – ‘Não havia autonomia para os médicos’, diz advogada 

Bruna Morato afirmou que os médicos da Prevent Senior “estavam sendo ameaçados e hostilizados”. Ela explicou que buscou a empresa para buscar um acordo estruturado em três atitudes. A operadora de saúde deveria assumir publicamente que o estudo realizado não comprovou a eficácia dos medicamentos do “kit-Covid”, reconher que havia um protocolo institucional que colocava em xeque a autonomia médica e que o grupo arcasse os custos de eventuais ações movidas contra a rede de hospitais. “Como eles estavam sendo ameaçados, eles tinham medo de ter que pagar indenizações”, explicou.

11:14 – ‘Fatos que trago aqui são relatos feitos pelos meus clientes’, diz Bruna Morato

A advogada que representa 12 médicos e ex-médicos da Prevent Senior disse que começou a atender médicos da empresa em 2014, prestando consultoria jurídica para clientes que “tinham dúvidas sobre a responsabilidade civil”. A partir de 2020, com o início da pandemia de coronavírus, ela passou a receber relatos sobre a pressão a prescrever medicamentos do chamado “kit-Covid”, comprovadamente ineficaz para o tratamento da doença. “Em 2020, os relatos se transformaram em algo pavoroso. Em um primeiro momento, as histórias pareciam confusas, assustadoras e perturbadoras. Os fatos que trago aqui são relatos que me foram feitos pelos clientes”, disse.

11:07 – ‘Prevent Senior faz ataques infundados a mim’, diz advogada 

A advogada Bruna Morata afirmou que a Prevent Senior faz “ataques infundados” a ela, que representa 12 médicos e ex-médicos da empresa. “Isso demonstra a constante política de opressão [da operadora de saúde]”, disse. “Os fatos que me foram apresentados me deixaram aterrorizada”, acrescentou.

11:05 – Advogada de médicos da Prevent Senior inicia seu depoimento

Bruna Morata faz sua fala inicial. Ela representa 12 médicos e ex-médicos Prevent Senior que elaboraram um dossiê de mais de 10 mil páginas sobre a atuação da empresa. A operadora de saúde é acusada de utilizar “cobaias humanas” para testar medicamentos comprovadamente ineficazes para o tratamento da Covid-19.

11:03 – CPI aprova convocação de empresário bolsonarista

A CPI da Covid-19 aprovou há pouco a convocação do empresário bolsonarista Otávio Fakhoury, vice-presidente do Instituto Força Brasil e presidente do PTB em São Paulo. Ele será ouvido na quinta-feira, 30.

10:58 – Queiroga está ‘está a um passo de ser indiciado’, diz Randolfe 

O vice-presidente da CPI da Covid-19, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, “está a um passo de ser indiciado” pela comissão. Ele afirmou que os senadores não podem encerrar os trabalhos do colegiado sem ouvi-lo pela terceira vez. De acordo com Rodrigues, o não indiciamento de Queiroga depende de duas condições: “Da garantia que crianças e adolescentes serão vacinados e que ele nos apresente um cronograma de vacinação para o ano que vem”. “Ele está a um passo de ser indiciado e, se eu fosse ele, estaria mais interessado em vir na CPI do que nós estamos interessados que ele venha”, acrescentou. Não há consenso sobre a nova ida do ministro ao Senado – infectado com o coronavírus, ele cumpre quarentena nos Estados Unidos.

10:41 – Senadores debatem próximos passos da CPI 

Antes do início da advogada Bruna Barreto, os membros da CPI da Covid-19 discutem os próximos passos da CPI da Covid-19. Depois do surgimento do caso Prevent Senior, os senadores resistem em estipular uma data para o encerramento dos trabalhos do colegiado. O vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), pediu uma “reflexão” dos colegas de Casa sobre a importância da convocação do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, que coordenou um grupo de ações complementares no combate à pandemia enquanto esteve à frente da Casa Civil. O parlamentar da Rede também defende a convocação de Carlos Alberto Sá, executivo da VTCLog, e do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

10:24 – Omar Aziz abre a sessão 

Presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM) dá início aos trabalhos desta terça-feira, 28.


Fonte: Jovem Pan

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