AO VIVO: ‘Pedi demissão pelo desejo de ampliação do uso da cloroquina’, diz Teich na CPI; acompanhe

Senadores acreditam que Teich pode esclarecer algumas das informações apresentadas por Mandetta em seu depoimento na terça-feira, 4

No segundo dia de depoimentos, a CPI da Covid-19 ouve, nesta quarta-feira, 5, o ex-ministro da Saúde Nelson Teich. O médico oncologista deixou o comando da pasta menos de um mês depois de tomar posse, em razão de divergências com o presidente Jair Bolsonaro sobre medidas de combate ao novo coronavírus. A oitiva de Teich estava inicialmente marcada para às 14h desta terça-feira, 4, mas foi adiada pelo presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), após o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que deporia nesta quarta, pedir dispensa por ter tido contato com dois assessores infectados pela Covid-19 – o general será ouvido no dia 19 de maio.

Como a Jovem Pan mostrou, apesar do pequeno tempo em que esteve à frente da pasta, Teich será questionado se Bolsonaro o pressionou para que o Ministério da Saúde passasse a recomendar o uso ampliado de cloroquina, remédio comprovadamente ineficaz no tratamento contra a doença. Além disso, querem esclarecer os motivos que o levaram a pedir demissão. A maioria do colegiado acredita que o oncologista poderá aprofundar detalhes apresentados nesta terça-feira pelo ex-ministro Luiz Henrique Mandetta – em seu depoimento, o primeiro ministro da Saúde do governo Bolsonaro disse que viu uma minuta de documento da Presidência da República para que a cloroquina tivesse em sua bula a indicação para ser usada no tratamento contra a Covid-19. Teich também deve ser questionado sobre a testagem em massa, uma de suas promessas enquanto ministro. À CPI, Mandetta afirmou que sua gestão elaborou um programa de testes para milhões de brasileiros, mas, segundo o ex-ministro, o plano não foi implementado por seu sucessor. Acompanhe a cobertura ao vivo da Jovem Pan: 

13:47 – Líder do governo no Senado se torna suplente da CPI da Covid-19 

O senador Marcos Rogério (DEM-RO) anunciou, há pouco, que o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo no Senado, foi incluído na lista de suplentes da CPI da Covid-19. O emedebista substitui o senador Zequinha Marinho (PSC-PA).


13:28 – ‘Trazer uma pessoa para depor que não se lembra de nada não ajuda’, diz presidente da CPI 

O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Covid-19, é mais um a se irritar com a postura de Nelson Teich. Desta vez, o ex-ministro da Saúde dá respostas superficiais sobre efeitos adversos causados pelo uso da cloroquina, ineficaz para o combate ao coronavírus. “Ex-ministro Teich está levando a comissão a nada objetivo. É ‘eu não me lembro’. Eu vou fazer algumas perguntas daqui a pouco e não se lembrar não ajuda. Trazer uma pessoa para depor que não lembra, que diz que houve interferência [para ampliar o uso da cloroquina] mas não soube quem interferiu, não ajuda”, reclamou Aziz. Mais cedo, o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL) já havia se queixado: “Exerci um cargo de ministro no século passado. Eu lembro de tudo o que me diz respeito”, afirmou o emedebista.


13:14 – Girão volta a defender remédios ineficazes no tratamento à Covid-19

O senador Eduardo Girão (Podemos-CE), integrante da tropa de choque do governo na CPI da Covid-19, questionou Nelson Teich sobre o uso da cloroquina – o parlamentar já havia feito questionamentos desta natureza ao ex-ministro Luiz Henrique Mandetta. “Cerca de 90% dos procedimentos médicos não possuem evidencia científica do tipo 1A. É justo exigir isso em plena pandemia?”, disse. “Existe uma qualidade metodológica que precisa ser seguida”, respondeu Teich. Na sequência, Girão afirmou que medicamentos como a cloroquina “existem há 70 anos e viraram palavrão”. “A minha indicação do remédio depende de ter comprovação de funcionamento, independente do que o presidente faça”, rebateu o ex-ministro.


12:46 – ‘Exerci um cargo de ministro no século passado e me lembro de tudo o que me diz respeito’, diz o relator

Desde o início de seu depoimento, em mais de uma ocasião, o ex-ministro da Saúde afirmou não se lembrar de algumas informações requisitadas pelos senadores em seus questionamentos. Relator da CPI da Covid-19, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) se manifestou sobre isso: “Exerci um cargo de ministro no século passado. Eu lembro de tudo o que me diz respeito”, disse.


12:40 – ‘Existia um desejo do presidente para fazer isso [ampliar o uso da cloroquina]’, diz Teich

Questionado pelo senador Humberto Costa (PT-PE) sobre quem o pressionou a recomendar a ampliação do uso da cloroquina como medicamento contra a Covid-19, Teich afirmou que “existia um desejo do presidente” Bolsonaro para que isso fosse feito. “É uma coisa pública, senador. Existia um desejo do presidente para fazer isso”, disse. O ex-ministro também afirmou que estava “decidido” a fazer uma campanha nacional de prevenção à doença. “Não houve tempo para implantar isso”, acrescentou.


12:30 – Bolsonaro sobe o tom e fala em instaurar decreto contra medidas de isolamento social: ‘Não ousem contestar, quem quer que seja’

Mais cedo, enquanto o ex-ministro Nelson Teich depunha à CPI da Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro subiu o tom, em cerimônia no Palácio do Planaltou, e falou em editar um decreto contra medidas de isolamento social. “Das ruas, já se começa a pedir que o governo baixe um decreto. Se eu baixar, ele será cumprido. Juntamente com o nosso Parlamento, juntamente com todo o poder de força que nós temos em cada um dos nossos ministérios”, disse. O presidente afirmou ter certeza de que o Congresso Nacional estará ao seu lado, pois o decreto nada mais é do que o artigo 5º da Constituição. “Quem poderá contestar o artigo 5º da Constituição? Queremos a liberdade de curso, queremos a liberdade para pode trabalhar, queremos o nosso direito de ir e vir. Ninguém pode contestar isso”, acrescentou. O chefe de Executivo ainda declarou que a medida não será refutada por nenhum Tribunal de Justiça e por nenhum outro órgão. “Não ousem contestar, quem quer que seja”, finalizou.


12:22 – Teich afirma que tentou implementar programa de distanciamento social

O ex-ministro Nelson Teich afirmou que, no curto período em que esteve à frente do Ministério da Saúde, tentou implementar um programa de testagem em massa, rastreamento de contaminados e isolamento social, mas não houve êxito. “Para mim, o que a gente tinha que fazer era trabalhar o distanciamento como uma das ferramentas de uma estratégia de redução de transmissão. Teríamos testagem, distanciamento e, além disso, rastreamento, quarentena de contato. Esse tipo de estratégia foi a que deu mais certo no mundo”, disse.


12:00 – Após gritaria e confusão, sessão é retomada

O presidente da CPI da Covid-19 manteve sua decisão e concedeu 15 minutos à senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA). A parlamentar faz, agora, perguntas a Nelson Teich. Depoimento do ex-ministro é retomado após gritaria e confusão, causadas pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI), integrante da tropa de choque governista na comissão


11:47 – Depoimento de Teich é suspenso por confusão entre bancada feminina e aliados do governo 

Depoimento do ex-ministro Nelson Teich está paralisado em razão de uma confusão iniciada pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI). Na sessão de ontem, o presidente da CPI da Covid-19 concedeu a uma representante da bancada feminina o direito de fala após as exposições do relator e do vice-presidente da comissão. Hoje, porém, Nogueira questionou o tempo de 15 minutos concedido à senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA). As senadoras Leila Barros (PSB-DF) e Simone Tebet (MDB-MS) também questionaram a postura dos senadores Marcos Rogério (DEM-RO), um dos vice-líderes do governo no Senado, e Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo na Casa. “O que buscam é engrossar o coro daqueles que querem dar peia no presidente Jair Bolsonaro”, disse Rogério. “O que é isso, senador. A nossa bancada é plural! Isso não é verdade”, rebateu Eliziane.


11:30 – Qual foi o estopim para o pedido de demissão de Teich?

Questionado pelos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Renan Calheiros (MDB-AL) sobre quando constatou que não tinha mais autonomia para estar à frente do Ministério da Saúde, Nelson Teich fez uma reconstituição de seus últimos dias como chefe da pasta. Ele pediu demissão no dia 15 de maio de 2020. “Naquela semana [em que pedi demissão], teve uma fala do presidente na saída do Alvorada, onde ele fala que o ministro tem que estar afinado, cita meu nome especificamente. Na véspera, tem uma reunião com empresários, onde ele fala que o medicamento vai ser expandido. A noite, tem uma live, onde coloca que espera que, no dia seguinte, vá acontecer a expansão do uso. No dia seguinte, peço a minha exoneração”, disse.


11:09 – ‘Pedido de demissão foi pelo desejo de ampliação do uso da cloroquina’, diz Teich

Como a Jovem Pan mostrou, os senadores gostariam de ouvir de Teich se o presidente Jair Bolsonaro o pressionou para ampliar o uso da cloroquina, medicamento ineficaz no tratamento à Covid-19. Questionado pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL) sobre o que o motivou a pedir demissão, o ex-ministro disse: “Percebi ao longo daquele período que não teria autonomia necessária para conduzir o Ministério da Saúde. O pedido específico foi pelo desejo de ampliação do uso da cloroquina. Esse era o problema pontual, mas isso refletia uma falta de autonomia e de liderança”.


10:53 – ‘Não sabia da produção da cloroquina pelo Exército, não fui consultado’

Questionado pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL), Nelson Teich disse que não foi consultado pelo governo sobre a produção de cloroquina pelo laboratório do Exército. “Não passava pela minha orientação. Do que eu vivi naquele período, a gente nem falava de cloroquina. O dia-a-dia era extremamente intenso, faltavam respiradores, EPIs, mortes e casos aumentando. Foi um assunto que não chegou a mim, em relação à produção de cloroquina”, afirmou.


10:45 – ‘Sem a liberdade para conduzir o ministério, optei por deixar o cargo’, diz Teich

Em sua exposição inicial, Teich disse que deixou o Ministério da Saúde em apenas 29 dias por ter constatado que “não teria autonomia e liderança que imaginava indispensáveis ao exercício do cargo”. “Essa falta de autonomia ficou mais evidente em relação às divergências com o governo quanto à eficácia e à extensão do medicamento cloroquina no tratamento contra a Covid-19. Enquanto minha convicção pessoal, baseada nos estudos, mostrava que naquele momento não havia eficácia para liberar, existia um entendimento diferente por parte do presidente. Isso foi o que motivou a minha saída. Sem a liberdade para conduzir o ministério, optei por deixar o cargo”, afirmou.


10:38 – Teich faz sua exposição inicial

O médico oncologista Nelson Teich faz, agora, sua exposição inicial. Ele terá até 10 minutos para seu preâmbulo. “Farei [minha participação na CPI] de forma franca e honesta, já que meu compromisso é com minha própria biografia e à sociedade”


10:36 – Nelson Teich chega ao plenário para prestar depoimento

O ex-ministro da Saúde Nelson Teich chegou há pouco ao plenário da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, onde acontecem os trabalhos da CPI da Covid-19. O médico oncologista comandou o Ministério da Saúde por apenas 29 dias e é o segundo a depor à comissão.


10:25 – Senadores prestam homenagens ao ator Paulo Gustavo 

No início da sessão, os senadores que integram a CPI da Covid-19 prestam uma homenagem ao ator Paulo Gustavo, que morreu nesta quarta-feira, 4, por complicações causadas pelo novo coronavírus. Um minuto de silêncio.


10:22 – Omar Aziz dá início à sessão da CPI da Covid-19 

O presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), iniciou os trabalhos desta quarta-feira, 5. Em minutos, será ouvido o ex-ministro da Saúde Nelson Teich.


Fonte: Jovem Pan

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