Autoridades e setores da sociedade de Botucatu, no interior de São Paulo, estão se unindo para tentar evitar o chamado “turismo de vacina”. Desde que o Ministério da Saúde anunciou, na semana passada, um estudo com vacinação em massa contra a Covid-19 na cidade, as buscas por aluguel de imóveis dispararam. Na imobiliária de José Fernando Sartor, a procura subiu mais de 300%. “Na semana que deram a notícia da vacinação em massa houve uma procura tremenda de imóveis. Foi praticamente de 10, 15 ligações por dia para mais de 50.” A Prefeitura de Botucatu diz que a pesquisa ainda não tem data para começar e que está definindo qual será a documentação exigida.
Um dos critérios, no entanto, foi adiantado: para ser imunizada, a pessoa deverá apresentar um comprovante de residência da cidade pelo menos dos últimos três meses. José Fernando Sartor conta que, depois desse anúncio, a imobiliária também foi procurada por interessados em fazer “contratos retroativos” — o que não é permitido. “Tem o reconhecimento de firma e tem uma data ali. Não adianta fazer por três meses se o reconhecimento é de agora. É uma coisa bem se aproveitando da situação.” O objetivo da pesquisa, semelhante a da cidade de Serrana, também no interior paulista, é aplicar a vacina de Oxford em toda a população adulta do município.
Segundo a prefeitura de Botucatu, são cerca de 80 mil pessoas acima de 18 anos que ainda não foram imunizadas com nenhuma dose. Com isso, o Ministério da Saúde, o laboratório AstraZeneca e a Fiocruz, que produzem o imunizante no Brasil, querem descobrir a eficácia dele contra todas as cepas da Covid-19. Em nota enviada à Jovem Pan, a Prefeitura de Botucatu orienta que as imobiliárias desestimulem aluguéis para quem visa a vacinação. A gestão esclarece que mesmo com os critérios para aptidão ainda em processo de definição, “com certeza a Prefeitura se atentará para que esse tipo de situação não tenha êxito”.
Fonte: Jovem Pan