O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (MDB), passou a primeira noite no Batalhão Especial Prisional da Polícia Militar, em Niterói, na região metropolitana, após ser transferido do Complexo de Bangu, na zona Oeste da capital, onde estava detido desde 2016. A transferência foi autorizada, na última quinta-feira, 16, pelo juiz da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, Marcelo Bretas, seguindo uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), após os advogados do ex-governador recorrerem à Suprema Corte. Em seu despacho, o ministro Edson Fachin concordou com o argumento da defesa, que diz Cabral não pode ficar detido no mesmo presídio onde estão outros presos citados no acordo de delação premiada firmado com a Polícia Federal (ainda não homologado pelo Poder Judiciário).
Na sexta-feira, 17, antes da transferência, Cabral, que cumpre pena pelos crimes de corrupção e organização criminosa, foi interrogado na Central de Assessoramento Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, no centro da capital. Segundo o órgão, a defesa do ex-governador, que assumiu o caso recentemente, após a renúncia dos advogados anteriores, tentou adiar a audiência, alegando não ter tido tempo hábil para analisar as peças do processo. Mas o pedido foi negado pelo desembargador Elton Leme, relator da ação penal. Após a audiência, Cabral foi levado ao Instituto Médico Legal, onde passou por exame de corpo de delito. O procedimento é padrão sempre que o detendo entra ou deixa alguma unidade prisional. Depois, ele foi encaminhado ao Batalhão Especial Prisional da Polícia Militar, em Niterói, onde permanece preso.
O ex-governador foi condenado a quase 400 anos de prisão por envolvimento em um esquema bilionário de corrupção. A defesa dele também pediu à Justiça que a prisão preventiva fosse convertida em domiciliar, mas o juiz Marcelo Bretas não acolheu a demanda. Cabral é réu em cerca de 30 processos que tramitam no Rio de Janeiro e no Estado do Paraná.
Fonte: Jovem Pan