Em seu depoimento à CPI da Covid-19, o auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques confirmou que o “estudo paralelo” que ele elaborou sobre mortes causadas pela Covid-19 foi editado e adulterado depois que o documento foi encaminhado por seu pai, Ricardo Silva Marques, coronel do Exército, ao presidente Jair Bolsonaro. Aos senadores, o servidor do TCU disse que não pode afirmar quem realizou as alterações, mas acrescentou que considerou “irresponsável” a atitude do chefe do Executivo federal de divulgar e atribuir ao TCU a autoria de um material “inconclusivo” – no dia 7 de junho deste ano, Bolsonaro disse a apoiadores, em conversa na saída do Palácio da Alvorada, que tinha recebido um relatório que indicava a supernotificação de óbitos.
De acordo com a versão de Alexandro Figueiredo, ele redigiu um “arquivo em word”, no dia 31 de maio, e disponibilizou o “arrozoado de informações” na plataforma Microfost Teams, para “gerar um debate” com os colegas de trabalho sobre o repasse de recursos públicos a Estados e municípios. Desde o início da pandemia, Bolsonaro e seus apoiadores passaram a divulgar a tese de que gestores inflaram números de pacientes internados e de vítimas da Covid-19 para receberem mais recursos da União. “Só a Cristiane, coordenadora do trabalho, conversou por chat comigo [no Microsoft Teams]. Chegamos à conclusão de que seria impossível haver conluio para deliberadamente supernotificar os casos”, disse.
Fonte: Jovem Pan