Auditoria do Barcelona revela que gestão Bartomeu deixou dívida de R$ 8,7 bilhões

Josep Maria Bartomeu é ex-presidente do Barcelona

O Barcelona divulgou na manhã desta quarta-feira, 6, o resultado da auditoria designada pela atual diretoria para avaliar as contas do clube. Nela, consta que a gestão de Josep Maria Bartomeu aumentou a folha salarial em 61% em somente três temporadas, deixando uma dívida de 1,37 bilhão de euros (R$ 8,7 bilhões) até março deste ano. O relatório também apontou que o Barça paga aos jogadores vencimentos de 30 a 50% maior que o mercado. Em entrevista coletiva, o diretor-geral dos ‘Blaugranas’, Ferran Reverter, revelou que além da auditoria que ficou a cargo da empresa Deloitte, foi anunciada uma investigação sobre o funcionamento da estrutura organizacional do Barcelona, que deverá estar concluída nos próximos dias. “Quando acabar a investigação, o Barça decidirá qual é a melhor forma de proceder, se uma ação de responsabilidade ou outro tipo de ação judicial. Decidiremos. Agora, seria precipitado dizer”, disse o mandatário.

Segundo a auditoria, Bartomeu e seus aliados deixaram o Barcelona em uma situação catastrófica. De acordo com o relatório, a folha salarial saltou de 471 milhões de euros (R$ 2,98 bilhões) para 759 milhões de euros (R$ 4,81 bilhões). Além disso, houve acréscimo de 56% nos gastos administrativos, além de 600% nos custos financeiros do clube. O diretor-geral do Barça classificou a gestão anterior de “nefasta e improvisada”, garantindo que a atual diretoria assumiu o comando do clube “com um patrimônio negativo e em situação de quebra contável, com fluxo de caixa operacional nulo e dificuldade para pagar salários”. Reverter ainda indicou que a auditoria mostrou pagamento de preços elevados por contratações, e que, se não tivessem sido negociados jogadores, a folha de pagamento do clube chegaria a 835 milhões de euros (R$ 5,29 bilhões), valor 108% acima das receitas.

Ferrar Reverter é o atual diretor-geral do Barcelona

Ferrar Reverter é o atual diretor-geral do Barcelona

O período analisado pela auditoria consiste nas temporadas 2018-2019, 2019-2020 e em nove meses da 2020-2021, até 31 de março deste ano, quando Joan Laporta assumiu a presidência. O estudo ainda mostrou a falta de investimentos em instalações esportivas, de controles internos e o superfaturamento do custo de projetos com o Espai Barça, avaliado inicialmente em 600 milhões de euros (R$ 3,8 bilhões), mas que poderá custar mais do que o dobro do previsto. Além de tudo isso, a casa do time catalão, o Camp Nou, foi avaliado com problemas estruturais, com mais de 900 casos a serem resolvidos, o que geraria um custo de 1,8 bilhão de euros (R$ 11,4 bilhões). Segundo o dirigente, na situação em que está, a instalação não poderia ter aberto as portas, se as restrições impostas devido a pandemia da Covid-19 tivessem sido retiradas antes do início desta temporada.


Fonte: Jovem Pan

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