Brasileiros continuam chegando nos aeroportos nacionais, vindos de terras ucranianas. O alívio de pousar em solo brasileiro faz parte do sentimento daqueles que estavam na área de guerra da Ucrânia. Os brasileiros Kelly Liziane Müller e Fábio Wilks estavam no país desde janeiro. O casal foi buscar a filha recém-nascida, fruto de um processo de fertilização e reprodução humana. Eles dividiram um abrigo com outras 30 pessoas. Quando a guerra começou ainda na capital, Kiev, aguardando a documentação da pequena Micaela. A aflição e a agonia tomaram conta dos brasileiros na zona de conflito. No dia 28 de fevereiro veio a boa notícia: os papéis ficaram prontos. A partir daquele momento, receberam a liberação da embaixada brasileira para iniciar a jornada de volta. Mas não foi nada fácil a saga até chegar na fronteira com a Polônia, uma espera de 24 horas na estação de trem de Kiev. Quando conseguiram entrar numa das composições, enfrentaram mais de um dia de viagem. Ambos passaram por instantes de muito tensão, mas depois de chegarem ao aeroporto Afonso Pena, em Curitiba, e seguirem para a cidade de Guaratuba, no Paraná, só pensam agora em cuidar da filha em um local seguro e com paz. Outro que também voltou ao Brasil foi o jogador de futsal Rodriguinho, que passou três dias de viagem para conseguir escapar da Ucrânia. Ele chegou em um voo que fez escala no Catar, desembarcando no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
*Com informações do repórter Daniel Lian