A cidade de São Paulo registrou, durante os seis primeiros meses do ano, três vezes mais casos de dengue do que em todo o ano de 2020. Até dia 22 de junho de 2021, foram 6.408 casos na cidade, contra 2.009 casos no ano passado, um aumento de 219%. Apesar da alta, nenhuma morte pela doença foi registrada esse ano pela prefeitura da capital paulista; em 2020, houve um falecimento. O Coordenador de Vigilância em Saúde da cidade, Luiz Artur Caldeira, afirma que o ano passado não pode ser usado como parâmetro, já que as pessoas estavam isoladas dentro de casa. “O ano de 2020 foi um ano muito atípico, principalmente por causa da pandemia. Foi exatamente no mês de março de 2020 onde houve a quarentena mais severa. Com isso, tanto a dengue quanto algumas outras doenças, as pessoas que tiveram sintomas leves deixaram de procurar o sistema de saúde, uma vez deixando de procurar o sistema de saúde, esses dados não foram notificados e o número foi, provavelmente, um pouco mais ou semelhante ao que nós temos esse ano. Como nós verificamos os dados deste ano comparando com um ano considerado típico como o de 2019, nós temos, para esse ano, uma queda de 30%”, explica.
O distrito da Vila Nova Cachoeirinha tem a maior incidência de casos, com 371 contaminações, seguido pela Brasilândia, com 287 casos e por Cidade Tiradentes, com 287. De acordo com a Prefeitura de São Paulo, o último ano epidêmico foi 2015, quando só a cidade teve mais de 100 mil registros de dengue e 25 mortes. Também transmitidos pelo mosquito aedes aegypti, a capital não tem registros de casos de zika vírus desde 2017 e possuiu, em 2021, 58 casos de chikungunya. Como explica Luiz Artur Cadeira. “No momento, os números são abaixo do esperado, estão controlados. Nós monitoramos todos os casos suspeitos e todos os casos confirmados e seguimos com o trabalho tanto de monitoramento quanto de prevenção à proliferação dos vetores”, detalha Cadeira. Em todo Brasil, o Ministério da Saúde registrou, até junho, 379.150 casos prováveis de dengue, uma queda de 55% em relação ao ano passado, com maior incidência na região Centro-Oeste. Sobre os dados de chikungunya, ocorreram 41.673 casos prováveis, 18,5% a menos do que em 2020; e 2.357 registros prováveis de zika, 42,7% a menos do que no ano passado.
*Com informações da repórter Beatriz Manfredini