Casos de Covid-19 em cruzeiros eram ‘quase inevitáveis’, diz ex-diretor da Anvisa

Recomendação é que os cruzeiros sejam suspensos até que seja apurado se houve descumprimento dos protocolos

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pode aplicar multa e até suspender as atividades em navios de cruzeiro por causa dos casos de Covid-19 registrados entre os tripulantes e passageiros. Neste domingo, 2, o MSC Preziosa, que atracou no Pier Mauá, no Rio de Janeiro, somou 28 casos da doença. Agora, a agência reguladora investiga se houve descumprimento das normas sanitárias vigentes. A avaliação, no entanto, é que mesmo com os protocolos os contágios pelo coronavírus eram quase inevitáveis. “A variante nova que estamos vendo circular, a Ômicron, tem a principal característica de conseguir achar uma maneira de se espalhar rapidamente. Isso dificultou que as pessoas não se infectassem, era quase inevitável”, afirma o médico sanitarista, fundador e ex-diretor da Anvisa Gonzalo Vecina.

Assim como a agência reguladora, que recomenda o cancelamento da temporada de cruzeiros no Brasil, Vecina enxerga que, neste momento, a melhor decisão seria a paralisação das viagens. “Tendemos a achar que a Ômicron se espalha rapidamente, mas é menos grave. Aparentemente é menos grave, mas estamos convivendo com a Ômicron e com uma epidemia de gripe. Então, do ponto de vista sanitário, somos obrigados a pedir a suspensão dos cruzeiros. Daqui a duas ou três semanas teremos condições de entender como a variante se manifesta e se é menos agressiva”, pontuou, defendendo a posição da agência. O médico sanitarista também afirmou que, caso a recomendação não seja seguida pelo governo brasileiro, a recomendação é que os passageiros redobrem os cuidados, especialmente com uso das máscaras.


Fonte: Jovem Pan

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