A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hau Chunying, criticou as sanções impostas pelos Estados Unidos e a Otan contra a Rússia, nesta quarta-feira, 23. Segundo ela, essa decisão inflama a crise na Ucrânia e deixa Vladimir Putin sem muitas opções, não sendo a melhor forma de resolver os problemas. Chunying também se opôs ao fato dos EUA e a Otan terem instalado armas ofensivas perto do território Russo, e fez um questionamento sobre a questão “eles já pensaram nas consequências de encurralar uma grande potência?” Os avanços da tensão entre EUA, Rússia e Ucrânia, fez a China a buscar um equilíbrio entre sua aliança a Moscou e ao fato de ser uma potência global que se apresenta como responsável. Para ela, os norte-americanos são os principais responsáveis pela crise na Ucrânia, pois estão “colocando mais fogo na fogueira enquanto apontam o dedo para outras pessoas que tentavam apagar o fogo”.
Chunying, que faz duras críticas à política de sanções dos Estados Unidos, também comparou a forma com que a China se posicionou durante esse tempo com a do governo americano. “Ao contrário dos EUA, que estão enviando armas, aumentando as tensões e aumentando a possibilidade de guerra, a China tem pedido a todas as partes que respeitem e valorizem as preocupações legítimas de segurança umas das outras. Temos feito esforços para resolver a questão por meio de negociações e consultas para proteger a paz e a estabilidade regionais”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores. Em relação às ações de Vladimir Putin, nem Hau Chunying e nem outro representante na China fez um pronunciamento direto. O mesmo aconteceu em 2014, quando eles não reconheceram a anexação da Península da Crimeia pela Rússia. A península fora cedida à Ucrânia na era soviética e sua anexação foi uma represália de Moscou à instalação de um governo pró-Ocidente em Kiev.