Uma missão instaurada pelo governo da Colômbia para medir o tamanho da crise migratória na América Central concluiu nesta quarta-feira, 22, que cerca de 19 mil migrantes – a maioria deles do Haiti – estão aglomerados na região norte do país latino para tentar cruzar a fronteira com o Panamá em direção aos Estados Unidos. A maior parte deles está na cidade costeira de Necocli há semanas e, de acordo com o governo colombiano, planeja seguir de barco para a vila de Acandi, que faz fronteira com o Panamá. Ao chegar na nação que divide a América do Sul com a América Central, eles começam uma caminhada longa e perigosa por pelo menos cinco países até chegar ao México, última parada antes de tentar entrar nos EUA. O governo da Colômbia acredita que a maior parte dos haitianos tenha chegado em embarcações ilegais, já que a chegada de novas embarcações é controlada. “Nossos funcionários confirmaram que as empresas de transporte marítimo da região continuam respeitando o número máximo de 250 passagens diárias estabelecidas anteriormente”, afirmou Carlos Camargo, representante da Defensoria do Povo.
Em vídeo publicado nas redes sociais, ele disse que a migração testemunhada atualmente é um “fenômeno transnacional” e afirmou que uma nova reunião será realizada em quatro semanas para buscar um “mecanismo de cooperação para melhorar a situação dos migrantes em trânsito”. O fluxo migratório dos haitianos, intensificado pela crise política gerada após o assassinato do presidente Jovenel Moise, pela crise humanitária causada por um terremoto e pela ação de gangues em partes do país, aumentou nos últimos meses após uma pausa causada pela pandemia da Covid-19. Os refugiados continuam a traçar uma rota rumo à América do Norte mesmo com a rejeição de novos moradores por parte do governo dos Estados Unidos, que anunciou na última semana um plano para repatriação em massa de mais de 10 mil pessoas concentradas na fronteira do México com o Texas. Pelo menos sete voos por dia partem em direção a Porto Príncipe e ao Cabo Haitiano com centenas de pessoas.
Fonte: Jovem Pan