O Chile realiza neste domingo, 19, o segundo turno das eleições presidenciais. O candidato de direita Gabriel Boric disputa com José Antonio Kast, da extrema esquerda. No entanto, em meio à polarização do país, a avaliação é que os resultados do pleito não devem expressar a escolha popular, avalia o coordenador Geral do Grupo de Análise da Conjuntura Internacional (GACInt) da Universidade de São Paulo, Alberto Pfeifer. “A abstenção foi muito alta e o voto é facultativo. O eleitor indeciso pode ser um eleitor que decidiu não votar. Então o resultado da eleição não expressa a maioria da população chilena”, explica. “É importante identificar o eleitorado neutro, que está fora do processo eleitoral. A gente pode ter um resultado da apatia mais do que da urna”, acrescenta.
No primeiro turno, Gabriel Boric recebeu 25,82% dos votos, enquanto José Antonio Kast ficou em primeiro lugar, com 27,91%. As abstenções representaram cerca de 47%, o que também demonstra uma queda ao atual governo. “O fato da direita não ter conseguido mais de 30% do primeiro turno é reflexo de um certo desalento devido à pandemia e retração econômica do governo de Sebastian Piñera. Ele não conseguiu avançar com reformas e uma agenda econômica que levasse o Chile a um processo de crescimento”, afirma, citando o que chamou de “drama da falência do Centro”. “É um desencanto com o Centro e um afastamento do processo eleitoral. O resultado vai representar uma minoria chilena”, concluiu.
Fonte: Jovem Pan